Ministra da Cultura recorda Helena Marques como "notável ficcionista"
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamentou hoje a morte da escritora e jornalista Helena Marques, na segunda-feira aos 85 anos, recordando que esta "se destacou pela sua dedicação ao jornalismo" e "como uma notável ficcionista".
© Global Imagens
Cultura Helena Marques
"Tanto através do jornalismo como da escrita, Helena Marques deixa-nos um relevante legado, feito em exemplo e obra, em que a criatividade e a luta pela igualdade foram elementos centrais", refere a ministra num comunicado hoje divulgado.
Helena Marques morreu na segunda-feira à noite, aos 85 anos, anunciou hoje o grupo editorial Leya, que publica a sua obra.
Escritora e jornalista, de origens madeirenses, Helena Marques nasceu em Carcavelos, em 1935, tendo dedicado a vida profissional ao jornalismo e à escrita.
Publicou romances e livros de contos e recebeu vários prémios literários ao longo da vida, nomeadamente o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores.
Helena Marques começou a sua carreira de jornalista, que se estendeu por 36 anos, no Diário de Notícias do Funchal e terminou no Diário de Notícias de Lisboa, onde trabalhou entre 1978 e 1992, e foi diretora-adjunta, de 1986 a 1992, sob direção de Dinis de Abreu.
O seu percurso profissional ficou ainda marcado pela passagem por redações de outros diários, como foi o caso de A Capital, República e A Luta.
Publicou o seu primeiro romance, "O Último Cais", aos 57 anos, um livro de estreia muito aclamado, que lhe granjeou vários prémios: o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE), o Prémio Revista Ler/Círculo de Leitores, o Prémio Máxima de Revelação, o Prémio Procópio de Literatura e o Prémio Bordallo de Literatura da Casa da Imprensa.
Ao todo, Helena Marques publicou cinco romances e um livro de contos, todos editados pelas Publicações D. Quixote, do grupo editorial Leya.
Dois anos após a publicação de "O Último Cais", Helena Marques lançou o romance "A Deusa Sentada" (1994), a que se seguiram "Terceiras Pessoas" (1998) e "Os Íbis Vermelhos da Guiana" (2002).
Em 2007, publicou o livro de contos "Ilhas Contadas" e, três anos depois, em 2010, publicou o seu último livro, "O Bazar Alemão". Em 2013, veio a receber mais uma distinção, o Prémio Gazeta de Mérito.
A sua obra está traduzida para alemão, italiano, castelhano, grego, romeno e búlgaro.
Em entrevista à agência Lusa, quando conquistou o Grande Prémio da APE, disse que a escrita de ficção, ao contrário do jornalismo, é "um exercício demorado", a que se decidiu dedicar.
Era mãe do editor Francisco Camacho, do grupo Leya, do jornalista Pedro Camacho, ex-diretor de Informação e atual diretor de Inovação e Novos Projetos da agência Lusa, do antigo jornalista Paulo Camacho e da tradutora Joana Camacho. Foi casada com o jornalista Rui Camacho (1936-2014), antigo chefe de redação da ANOP - Agência Noticiosa Portuguesa, que esteve na origem da agência Lusa.
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