Marcelo atribui título honorário da Ordem do Mérito ao Teatro São João
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, atribuiu hoje ao Teatro Nacional São João (TNSJ), no Porto, que comemora 100 anos, o título de membro honorário da Ordem do Mérito, destacando o trabalho desenvolvido pela instituição.
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Cultura Presidente da República
O chefe de Estado, que falava nas cerimónias de comemoração do centenário do TNSJ, enalteceu o trabalho levado a cabo por aquela instituição cultural da cidade do Porto, que, como lembrou, vai passar a ter um elenco residente.
"Uma boa notícia deste centenário é, aliás, o facto de o Teatro Nacional São João ter iniciado o processo de constituir um elenco residente, desejo antigo sempre adiado e conquista que dará continuidade e solidez do seu projeto artístico", afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou, aliás, que, "nestas décadas", a vida cultural do Porto foi ganhando um reconhecimento "que nem o espírito mais tacanho dos centralistas poderá negar".
"Até os mais desatentos reconhecem o Porto liberal e cosmopolita de que os portuenses justamente se orgulham tem hoje como cartões-de-visita algumas instituições culturais como esta casa", acrescentou.
Nesse sentido, o Presidente da República decidiu, com o apoio do primeiro-ministro, António Costa, que também marcou presença nestas comemorações, conferir ao TNSJ, o título de membro honorário da Ordem do Mérito, por forma a "continuar por mais 100 anos e mais além o esforço de civilização, modernidade e abertura de que estas comemorações são um feliz exemplo".
O TNSJ assinala este ano o centenário do edifício da autoria do arquiteto Marques da Silva, cujas celebrações arrancaram hoje, com visitas guiadas especiais à estrutura que fechará para obras em 2021.
Na cerimónia oficial, a Ministra da Cultura, Graça Fonseca, disse que esta é uma noite de festa em que se celebra "este património artístico, histórico e arquitetónico da cidade do Porto e de toda a cultura portuguesa", destacando o trabalho desenvolvido por aquela estrutura cultural.
"Todos, independentemente dos modelos e formatos, fizemos deste espaço um espaço que é verdadeiramente nacional porque nele cabemos todos, sem franquias, quotas ou rivalidades", afirmou.
A governante salientou ainda que honrar a história centenária do TNSJ obriga a projetar um futuro, e é nesse sentido que, após a comemoração deste centenário, "terão lugar um conjunto de obras de reabilitação com vista à modernização deste edifício e renovação do seu parque técnico, num investimento com comparticipação comunitária de mais de dois milhões de euros".
Este investimento, declarou Graça Fonseca, "irá garantir a valorização e promoção" daquele "bem histórico-cultural público, no Centro Histórico da cidade do Porto e no perímetro da zona classificada pela UNESCO como Património Mundial".
Por outro lado, destacou a governante, as obras de reabilitação vão permitir "o pleno desenvolvimento da missão de serviço público atribuída ao São João enquanto estrutura referencial de criação, produção e divulgação teatral no Norte do País".
Na cerimónia oficial das comemorações, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse que "é um orgulho, uma honra" ter um teatro "imune aos ciclos políticos da cidade", um teatro que fez sempre o seu caminho, mesmo em alturas em que "a cultura parecia esquecida".
Inaugurado a 13 de maio de 1798, o então Real Teatro São João foi o primeiro edifício construído de raiz no Porto para a apresentação, em exclusivo, de espetáculos culturais.
Um incêndio, em 1908, acabou por destruir o edifício que foi comprado pelo Estado em 1992. Antes, a 07 de março de 1920, o edifício foi reinaugurado após obras de recuperação.
O investimento de 2,3 milhões euros vai permitir a realização de obras de reabilitação do interior do edifício, quer em termos de segurança contra incêndios, quer em termos de eficiência energética, passando também pela recuperação de elementos arquitetónicos.
A operação envolve ainda a renovação do parque técnico do TNSJ, ao nível de iluminação cénica, som, vídeo e direção de cena e contempla o reforço da atividade da instituição durante o centenário, nomeadamente ao nível da programação internacional.
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