Em comunicado, a SPA recorda que Chico Buarque "tem sido sempre, no Brasil, um firme defensor do direito de autor, e das sociedades que representam os criadores".
A entidade, no comunicado, felicita ainda o artista e espera que esta distinção "reforce no Brasil a importância da cultura na vida coletiva, e também para o fortalecimento da democracia, sendo sabido que o país atravessa tempos complexos e incertos".
Como a obra de Chico Buarque "é um símbolo poderoso da criatividade e da liberdade de expressão, deseja a SPA que este prémio também ajude a preservar e a engrandecer esses valores contra o obscurantismo e a intolerância".
Chico Buarque, de 74 anos, foi anunciado na terça-feira como o vencedor do Prémio Camões 2019, após reunião do júri na Biblioteca Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro.
Escritor, compositor e cantor, nascido em 19 de junho de 1944, no Rio de Janeiro, Francisco Buarque de Hollanda estreou-se no romance com "Estorvo", em 1991, a que se seguiram "Benjamim", "Budapeste", "Leite Derramado" e "O Irmão Alemão", publicado em 2014.
Chico Buarque fora já distinguido duas vezes com o prémio Jabuti, o mais importante prémio literário no Brasil, pelo romance "Leite Derramado", em 2010, obra que também venceu o antigo Prémio Portugal Telecom de Literatura (atual Prémio Oceanos), e por "Budapeste", em 2006.
Em 2017, venceu em França o prémio Roger Caillois pelo conjunto da sua obra literária.
O Prémio Camões de literatura em língua portuguesa foi instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988, com o objetivo de distinguir um autor "cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum".
Foi atribuído, pela primeira vez, em 1989, ao escritor Miguel Torga. Em 2018 o prémio distinguiu o escritor cabo-verdiano Germano Almeida, autor de "A ilha fantástica", "Os dois irmãos" e "O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo", entre outras obras.