Navio que naufragou com centenas de migrantes exposto na Bienal de Veneza
Um navio que naufragou na costa da Líbia em 2015, provocando a morte de centenas de migrantes, é a peça central de um projeto do artista suíço Christoph Büchel na Bienal de Arte de Veneza, que é inaugurada no sábado.
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Cultura Exposição
O destroço do navio estará em exibição no Arsenale, uma das várias zonas onde decorrerá a 58.ª Exposição Internacional de Arte Bienal de Veneza, até 24 de novembro deste ano.
O artista recusou ser entrevistado numa apresentação realizada na segunda-feira, mas a informação divulgada sobre a obra 'Barca Nostra' descreve o navio como "uma relíquia de uma tragédia humana, e também um monumento à migração contemporânea, evocando fronteiras reais e simbólicas e a (im)possibilidade da liberdade de movimento, informação e pessoas", noticia hoje o The New York Times na edição online.
Os restos do navio sublinham "a nossa mútua responsabilidade nas políticas e na política que cria estes naufrágios", acrescenta.
Pelo menos 800 pessoas morreram no barco, em 2015, quando colidiu com um outro navio português que tentava prestar auxílio aos migrantes, e apenas 28 sobreviveram.
O desastre, um dos maiores de que há memória, representou apenas um quinto dos estimados 3.665 imigrantes que morreram no Mediterrâneo nesse ano, contabilizados pela Organização Internacional para as Migrações.
O capitão, de origem tunisina, foi depois sentenciado a 18 anos de prisão por homicídio e tráfico humano.
Em junho de 2016, o navio foi retirado do mar e levado para uma base da NATO na Sicília, para que especialistas pudessem identificar os corpos presos no seu interior.
Os media italianos chegaram a noticiar que o realizador Alejandro González Iñárritu queria expor o barco em frente à catedral gótica de Milão para coincidir com a visita do Papa Francisco.
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