Bienal de mulheres artistas de Macau com "espaço para crescer"
A 1.ª bienal internacional de mulheres artistas de Macau, determinada a ocupar um lugar na história das artes plásticas na região, chega quase ao fim com "espaço para crescer", disse hoje à Lusa o organizador Carlos Marreiros.
© Reuters
Cultura Organizador
A 'ArtFem Mulheres Artistas' nasceu para preencher uma lacuna que existia em Macau - "a falta de grandes exposições de importância internacional", explicou o presidente do albergue SCM, coorganizador do evento.
Para se destacar das "grandes bienais" das regiões vizinhas, Carlos Marreiros teve de avançar com uma ideia original: uma bienal dedicada inteiramente a mulheres artistas. "Tinha de ser uma coisa totalmente diferente e pareceu-nos que assim poderia ter um chamativo", destacando o objetivo central de "valorizar a mulher".
Embora projetada há 18 anos, a exposição foi organizada em apenas três meses. "Partimos com um orçamento pequeno e em muito pouco tempo fizemos uma bienal com a representação de 100 artistas e mais uma - Paula Rego", destacou. A artista portuguesa de 83 anos é a madrinha desta edição, que contou com a presença da filha Victoria Willing, em representação da mãe.
"Contamos com artistas de mais de 20 países dos cinco continentes. A lusofonia está toda representada - desde o Brasil a Timor, Macau, Angola, Moçambique", o que contribuiu para "superar largamente as expectativas", sublinhou.
Não há ainda números oficiais dos visitantes do Museu de Arte de Macau, mas o arquiteto disse que conseguiram "movimentar bastante gente". A exposição patente no albergue, da artista Raquel Gralheiro, recebeu em média 3.000 pessoas por mês.
Questionado sobre a possibilidade de crescimento do evento, o diretor do albergue CSM mostrou "um otimismo moderado".
"Estou com os pés bem assentes na terra. Temos de dar o salto, mas para isso precisamos de mais orçamento para apostar na publicidade internacional e conseguir trazer mais instalações", enfatizou, lembrando que a projeção destes eventos depende de pessoas influentes da área da crítica internacional.
A bienal pretende agora alargar horizontes, garante. "Em futuras edições pensamos estender a Cantão, no antigo Delta das Pérolas, agora integrado na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau".
A iniciativa "uma faixa, uma rota" não retrata só trocas económicas, também se trata de trocas culturais e artísticas. "Se puder contribuir para que haja um verdadeiro mercado de arte em Macau -- que não há -- a bienal também pode contribuir neste domínio", sublinhou.
"O mundo precisa de saber que Macau é fascinante e se preocupa com a valorização da mulher. Espero que isso continue, mas está muito nas mãos das instituições do Governo", concluiu.
Organizada pelo Albergue SCM e pelo Museu de Arte de Macau, a ArtFem Mulheres Artistas - 1.ª bienal internacional de Macau vai estar patente até domingo, 13 de maio.
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