FESAP diz que Governo está em estado de "negação"
O coordenador da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP), Nobre dos Santos, considerou hoje que o Governo está em estado de "negação" e quer continuar a "mostrar trabalho", mas os sindicatos não vão negociar a "mata cavalos".
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Política Nobre dos Santos
"Não podemos esquecer que este trabalho diz respeito ao futuro dos trabalhadores da Administração Pública", salientou o sindicalista à saída de uma reunião com o secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, que na terça-feira foi reconduzido no cargo na sequência da nomeação de Maria Luís Albuquerque para ministra das Finanças.
"Da parte do Governo, nota-se uma vontade de passar ao lado da crise no sentido de dizer que não aconteceu nada e nós continuamos todos a trabalhar e estamos todos muito bem. A nossa posição é muito clara, que é perguntar em que situação é que estamos para fazer uma negociação com cabeça tronco e membros", disse.
Para Nobre dos Santos, o Governo está assim a "ignorar a realidade", mas a FESAP não estará claramente disponível para uma discussão a "mata cavalos" e, por isso, recusou-se a agendar uma nova reunião, face à incerteza do cenário político dos próximos dias.
"Nós vamos fazer a discussão com o nosso 'timing', sabendo que temos alguém do outro lado que quer acelerar o processo legislativo. Vamos aguardar olimpicamente", afirmou.
Os sindicatos da Administração Pública afetos à UGT consideraram hoje que as negociações relativas à lei geral do trabalho em funções públicas devem ser adiadas face à atual situação política, após a demissão de dois ministros do Governo.
A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, afeta à CGTP, reúne-se durante a tarde com o secretário de Estado responsável pela pasta da Função Pública.
Pedro Passos Coelho anunciou na terça-feira que tenciona manter-se como primeiro-ministro, numa declaração ao país, feita na sequência do pedido de demissão de Paulo Portas do cargo de ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.
Na mesma declaração, o primeiro-ministro disse que não aceitou o pedido de demissão de Paulo Portas, pelo que não propôs a exoneração ao Presidente da República do ministro dos Negócios Estrangeiros.
Pedro Passos Coelho comunicou a intenção de esclarecer as condições de apoio político ao Governo de coligação com o CDS-PP e o sentido da demissão do ministro Paulo Portas.
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