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Maioria tranquila com trabalho feito, oposição quer verdade, não ficção

PSD e CDS declaram-se tranquilos com o trabalho feito, a propósito do debate parlamentar do estado da Nação, que decorre na quarta-feira, mas a oposição reclama "verdade" e não "ficção política" da maioria.

Maioria tranquila com trabalho feito, oposição quer verdade, não ficção
Notícias ao Minuto

07:24 - 07/07/15 por Lusa

Política Estado da Nação

Este será o último debate do estado da Nação da atual legislatura, pelo que todas as forças políticas advogaram à agência Lusa, em antevisão, que o mesmo deve ter em conta os quatro anos do executivo PSD/CDS-PP e não somente o último ano de trabalho político e parlamentar.

Na maioria, há "consciência tranquila e orgulho tremendo no trabalho" feito nos últimos quatro anos, refere o vice-presidente da bancada social-democrata Hugo Soares.

"Todos e quaisquer indicadores", acrescentou o parlamentar, "revelam que não só os portugueses e portuguesas estão melhor como o país está manifestamente melhor", embora haja ainda "muito por fazer", reconhece.

Hugo Soares adverte todavia que é "preciso avaliar também o trabalho da oposição", e lança farpas ao PS, que pedia "mais tempo e mais dinheiro" com o programa de ajustamento, o que significaria, diz o deputado do PSD, "prolongar a presença da 'troika'" e Portugal encontrar-se-ia "numa situação idêntica à da Grécia".

Ainda na maioria, o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, diz que no debate parlamentar de quarta-feira deve haver uma "clarificação" perante os portugueses e um "balanço do caminho percorrido por este Governo".

"Foi um Governo que herdou o país em situação de pré-bancarrota, a depender de ajuda externa e dos credores, com uma taxa de desemprego a rondar os 18%, sem crescimento, com uma recessão económica, e que entrega aos eleitores e à vontade popular o país resgatado, sem qualquer tipo de imposição da 'troika', sem necessitar de pedir autorização dos credores para tomar medidas", acrescentou.

Nuno Magalhães reconhece que há ainda "problemas" por resolver, nomeadamente ao nível do desemprego, mas, "ao contrário de outros países", Portugal "saiu de uma situação dificílima, está melhor, e pode desde logo ser dono do seu destino".

A oposição, contudo, traça um cenário diferente do atual estado do país.

O PS, através do seu vice-presidente da bancada Marcos Perestrello, diz que "o Estado da Nação, infelizmente, não é bom, e o dos portugueses não é melhor".

O socialista acusa PSD e CDS-PP de "ficção política" quando dizem que o país está melhor e no "caminho certo", lembrando a "carga fiscal" elevada "como nunca antes", e "gravíssimos problemas na administração pública" em áreas como a Educação, Saúde e Justiça.

"As preocupações do PS são seguramente as preocupações dos portugueses, no sentido em que a política dos últimos anos tem sido assente numa desnatação da administração pública, numa desqualificação dos serviços públicos e na apropriação dos rendimentos das famílias", vincou Marcos Perestrello.

Já o PCP, através do seu líder parlamentar, adverte que é necessário "dizer a verdade às pessoas em relação ao que foram estes quatro anos".

"O país está longe de ser o oásis que o Governo diz, o país está longe de ter os seus problemas resolvidos", adverte João Oliveira, para quem Portugal se encontra pior do que há quatro anos, e isso tem "responsáveis e causas".

O comunista elenca o atual Governo e os partidos que o compõem mas junta também o PS e os anteriores executivos socialistas à lista de responsáveis pela "situação pior" que Portugal vive agora, após anos de sucessivos governos dos "três partidos da 'troika'".

Para o Bloco de Esquerda, o último debate do estado da Nação do atual Governo tem de passar necessariamente por um "balanço do mandato" que atravesse as "promessas" feitas pelos partidos do executivo.

"[O Governo] Tinha prometido não cortar salários, respeitar os direitos das pessoas, garantir que as pensões seriam pagas, e fez exatamente o contrário", vincou o líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares.

Num "contexto europeu de enorme indefinição", há a certeza, diz o Bloco, de que "a austeridade sentida pelos portugueses foi um colossal desastre social".

Pedro Filipe Soares criticou ainda o Governo por ter ido "bastante longe na destruição do Estado social" e lamentou as "negociatas a pedido de privados" conduzidas pelo executivo, nomeadamente privatizações de empresas estratégicas.

O debate parlamentar do estado da Nação arranca na quarta-feira pelas 15h00.

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