Deputados criticam Marinho e Pinto por comentário sobre salário
As criticas provieram de vários partidos após as declarações de Marinho e Pinto à Rádio Renascença sobre o salário dos governantes portugueses, incluindo o dos deputados. Para a maioria dos deputados entrevistados pelo Expresso, o comentário de Marinho e Pinto não deveria acontecer numa altura em que os portugueses passam por grandes dificuldades. "Marinho e Pinto não conhece o país em que vive" chegou mesmo a dizer o líder do Bloco de Esquerda, João Semedo.
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Em entrevista à Renascença, Marinho e Pinto lançou uma questão que deixou os políticos em alvoroço. O eurodeputado falou sobre o salário de 3.515 euros de um deputado nacional, que baixa para os 1.900 em termos líquidos e considerou que comparado ao de um eurodeputado, o valor era “não digno” e "obsceno".
Agora que pretende ser deputado nacional, muitos políticos acreditam que está a lançar o tema porque “parece que está a tratar da própria vida”, afirmou a deputada do Bloco de Esquerda, Cecília Honório ao Expresso.
Já o coordenador do Bloco de Esquerda João Semedo acrescentou que “Marinho e Pinto não conhece o país em que vive”.
Vários deputados portugueses garantiram no entanto, que o salário não é alto e que comparado a outros países, os portugueses ganham pouco. Esta é uma opinião partilhada pelo líder do CDS, Nuno Magalhães, que ressalva que “é um salário acima da média em comparação com o dos outros portugueses”.
“Nas atuais condições económicas e financeiras em que vive o país, tendo em conta o tremendo esforço feito por pessoas com rendimentos muito inferiores, seria despropositado considerar aumentos de ordenados para os detentores de cargos políticos”, diz a social-democrata, Teresa Leal Coelho.
Já a presidente do Partido Socialista, Maria de Belém Roseira concorda com os seus colegas e revela que “não é uma discussão para agora, em tempos de crise e desemprego, seria indelicado para os políticos dedicarem-se a si próprios” e acrescenta que “o que ganha um deputado é o espelho do que é o país, com um salário mínimo de menos de 500 euros, o mal está na base”.
Também o seu colega de bancada, Mota Andrade afirmou que “é evidente que este é o país que temos e neste contexto não há condições de subir seja quem for, nem tal tema está em cima da mesa”.
De um modo geral, os deputados dos vários partidos concordaram que o vencimento de um deputado não é “mau” considerando o dos restantes portugueses.
Hélder Amaral, do CDS, defende ainda que “a política são convicções e valores, que não têm preço. O prestígio, a honra ou o serviço cívico não se traduzem em valor produto”.
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