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Sócrates contra "engano" que opõe Estado e liberdade individual

O ex-primeiro-ministro José Sócrates defendeu hoje que Portugal tem de debater o papel que quer para o Estado na sociedade e considerou um engano a doutrina neoliberal que pretende opor a liberdade individual ao Estado social.

Sócrates contra  "engano" que opõe Estado e liberdade individual
Notícias ao Minuto

21:46 - 23/10/13 por Lusa

Política Tese

José Sócrates falava na apresentação do seu livro "A confiança no mundo, sobre a tortura em democracia" (editado pela Babel), no Museu da Eletricidade, em Lisboa, tendo ao seu lado os ex-presidentes de Portugal Mário Soares e do Brasil Lula da Silva.

Depois de ter classificado Lula da Silva como o "melhor" Presidente da História Contemporânea brasileira, o anterior líder do executivo português observou que, ao contrário da Europa, no Brasil há agora manifestações a exigir-se mais saúde e mais educação.

"O papel do Estado é um dos debates que o país tem de ter. Há para aí quem ponha o Estado contra o indivíduo, mas é um engano e um equívoco. Foi o Estado do liberalismo clássico que libertou o indivíduo, que lhe deu direitos", sustentou José Sócrates.

Também na perspetiva de José Sócrates, "foi o Estado social do início do século XX que libertou os trabalhadores, propondo a igualdade na educação, na saúde e a proteção nas relações com o empregador".

"Todos os que acham que o problema está no Estado social são injustos com os últimos 50 anos. Este neoliberalismo atual, que já foi vencido pela História (derrotado pelo keynesianismo), entende que o peso do Estado coloca o indivíduo a caminho da servidão. Mas, nestes últimos 50 anos de Estado social, alguém se queixou de falta de liberdade, ou o Estado social deu uma liberdade substantiva?", questionou o ex-líder socialista, recebendo uma salva de palmas.

Na sua intervenção, José Sócrates agradeceu os contributos diretos ou indiretos para o seu livro dados pelo advogado Proença de Carvalho, por ex-ministros socialistas como Jaime Gama, Alberto Costa, Vieira da Silva Pedro Silva Pereira, pelo presidente honorário do PS, António de Almeida Santos, e por Manuel Alegre.

Manuel Alegre que José Sócrates defrontou na corrida à liderança do PS em 2004, com quem teve divergências políticas durante o seu Governo de maioria absoluta (2005/2009), mas que hoje o definiu "um símbolo da democracia" portuguesa e "a voz da liberdade".

José Sócrates deixou ainda um agradecimento especial ao ex-Presidente da República Mário Soares, cuja fundação apoiou a divulgação do livro, e dirigiu-se às muitas centenas de pessoas que estiveram no Museu da Eletricidade.

"Sei que não foi um súbito interesse por filosofia política e sei que vos motiva principalmente a amizade. Sei que quem se encontra convosco sempre encontra mais do que a conta", acrescentou o ex-primeiro-ministro.

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