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Tomate pode exportar mais, mas precisa de seguro específico

A fileira do tomate quer um seguro de colheita específico para o sector, com prazo e cobertura alargados, defendendo que só assim será possível aumentar a produção e exportar mais.

Tomate pode exportar mais, mas precisa de seguro específico
Notícias ao Minuto

11:08 - 22/04/13 por Lusa

País Agricultura

Indústria e organizações de produtores (OP) estão unidos nesta objectivo e vão pedir à ministra da Agricultura, Assunção Cristas, que medeie “uma reunião com uma ou duas companhias mais próximas desta questão” para avançar com uma proposta, disse à Lusa, o secretário-geral da Associação dos Industriais do Tomate (AIT), Miguel Cambezes.

“Queremos um seguro específico para o sector do tomate, adaptado às realidades necessárias para a boa prática agrícola e em que os produtores se comprometem a que a maioria dos seus membros vai contratar este seguro”, acrescentou.

Quanto ao aumento de custos que o seguro representaria para as OPs e para as unidades industriais “terá de ser repartido de forma que será negociada, de forma a poder captar todas as verbas comunitárias que possam ser alocadas ao pagamento deste prémio”.

Portugal é o quarto maior exportador mundial de tomate transformado e vende ao estrangeiro 95% da produção total, mas “há margem para progredir”, considera a AIT.

“O sector do tomate em Portugal tem vindo a crescer entre 3 a 5% nos últimos 20 anos e tem potencialmente margem de progressão. Exportamos hoje em dia 250 milhões de euros com 80% de valor acrescentado, mas poderíamos e deveríamos exportar mais”, considerou o mesmo responsável.

Para isso, é preciso alargar a duração da campanha.

“O problema é que o produtor não quer arriscar, a não ser que tenha uma rede por baixo, ou seja, um seguro de colheita estendido até 15 de Outubro e que inclua o risco de chuvas persistentes”, continuou.

As companhias fazem normalmente seguros até ao dia 30 de Setembro e excluem esta cobertura, mas incluem outras, como o granizo, consideradas desnecessárias face à época do ano, o que cria “um sistema perverso”.

“Como os seguros não são adequados às necessidades, a maior parte das organizações de produtores não os faz e como estas não os fazem, as companhias de seguros dizem: então, o resto, também não fazemos”, explicou o secretário-geral da AIT.

A campanha do tomate durava três meses, mas foi sendo reduzida para dois, devido à concentração da oferta e à modernização tecnológica e aumento da capacidade que resultaram de um investimento de 60 milhões de euros feito na última década.

“O nosso objectivo é produzir mais, melhor, com menos custo e com maior eficiência ambiental e energética”, salientou Miguel Cambezes.

Questionado sobre o impacto do mau tempo sobre a produção adiantou que, apesar da chuva ter atrasado as plantações cerca de três semanas, ainda não há motivos para alarme.

“Estamos preocupados com o atraso na plantação, mas preocupados não é a mesma coisa que alarmados. Estamos a monitorizar a questão com muita atenção, estamos a pôr os nossos departamentos agrícolas ao serviço das OP para poder recuperar, senão a totalidade, uma parte do atraso”, adiantou Miguel Cambezes.

O mesmo responsável lembrou que, em 2012, as plantações também começaram tarde e acabou por ser “um ano excepcional”.

A haver implicações, prendem-se essencialmente com a credibilidade.

“Quando começamos uma campanha temos uma quota significativa do tomate vendido, temos clientes regulares e que se abastecem junto de nós. À medida que vamos aumentando o risco de não ter tomate, estamos a aumentar o risco de não sermos capazes de cumprir os nossos compromissos e aí a nossa credibilidade negocial e contratual fica afectada”, admitiu.

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