Escolas baixam notas internas para compensar notas de exame
O Presidente do Conselho Científico do IAVE, um órgão consultivo, acusa o Ministério da Educação de forçar escolas e o próprio instituto a condicionar os resultados dos alunos.
© Reuters
País Educação
O ministro da Educação e da Ciência (MEC) nega pedir ao Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) “estabilidade nos resultados dos exames”, em resposta às acusações ontem proferidas pelo presidente do Conselho Científico daquele instituto.
Segundo o Público, João Paulo Leal acusou o Ministério de fazer “a encomenda dos exames nacionais” com a indicação de que se deve “manter a estabilidade nos resultados” dos alunos “em relação aos anos anteriores, porque socialmente é difícil de explicar que as notas tenham grandes variações”.
Confrontado com estas declarações pelo Público, o gabinete de Nuno Crato nega que se o pedido diga respeito a um condicionamento dos resultados. Pede sim estabilidade dos instrumentos de avaliação – um grau de exigência, uma estrutura e semelhança conceptual em relação a provas anteriores.
João Paulo Leal criticou ainda a decisão de Nuno Crato avançar com o incentivo às escolas que diminuam a diferença entre as classificações internas e as notas dos exames nacionais. “Já se estão a verificar” os “efeitos perversos” da medida, “com escolas a baixarem de forma artificial as notas internas”, disse.
Em email enviado ao Notícias Ao Minuto, a assessoria de imprensa do IAVE alertou para o cuidado de não se confundir o Conselho Científico do IAVE, um órgão consultivo, com a direção do IAVE, cujo presidente é Helder Sousa. E adiantou ainda que a presidência deste órgão não se revê nas declarações de João Paulo Leal.
[Notícia atualiada às 23h10]
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