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Os chumbos destroem "capital humano"

O ex-ministro da Educação crê que a escola precisa de autonomia para mudar o rumo da educação nacional.

Os chumbos destroem "capital humano"
Notícias ao Minuto

10:08 - 27/03/15 por Notícias Ao Minuto

País Educação

David Justino, presidente do Conselho Nacional de Educação, crê que o problema do ensino português “é estrutural”, é necessário acompanhar a “dinâmica social” a que o país assiste e dar mais “autonomia” às escolas.

Em entrevista ao jornal i, Justino explica que, tendo em conta a “diversidade de grupos sociais, alguns deles com défices culturais muito fortes”, é preciso “mudar o tipo de oferta em função dos alunos”. “A escola acaba por não se ter adaptado completamente a esse novo quadro”, continua a haver “tiques de centralismo e uniformização, quando precisávamos de soluções diferenciadas”.

O presidente do CNE acredita que “o problema não está só na escola pública, está na sociedade” e aponta para a responsabilidade como uma questão a ser resolvida, principalmente pelos pais, já que dever precisa de ser repartido.

Em relação à “cultura de retenção” trazida a público pelo CNE, o presidente daquele órgão prefere que no ano seguinte os alunos tenham “mais duas ou três horas para recuperar o que não fez no ano anterior” do que fiquem retidos no mesmo ano.

Quando questionado sobre o aumento dos chumbos no secundário, David Justino compara com uma “corrida de 400 metros barreiras” em que “se os miúdos têm uma má preparação física, saltam o primeiro e o segundo obstáculo, começam a ter dificuldades no terceiro e vão contra os últimos”.

O ex-ministro da Educação crê que a retenção “destrói capital humano. É potencial que estamos a desperdiçar. Temos miúdos em número cada vez mais reduzido e ainda os tratamos mal ao longo do sistema”.

O desemprego jovem leva muitos jovens a desacreditarem na educação mas David Justino explica que “um licenciado tem uma probabilidade de desemprego ínfima face a uma pessoa que só tenha o 9º ano. Demora menos tempo a arranjar trabalho e geralmente arranja um emprego com qualidade superior”.

Na perspetiva do presidente do CNE, “os jovens são mais bem preparados que os seus antepassados”, contudo também afirma que “as dificuldades que vão encontrar são maiores, e portanto não vão ter as mesmas facilidades” mas “o papel da escola é não baixar o nível de exigência”.

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