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Liga quer barreiras florestais autóctones para travar fogos

A criação de barreiras florestais autóctones, com espécies de baixo risco de incêndio, e de um grupo de trabalho para definir o desmantelamento de barragens obsoletas são algumas das medidas da liga de proteção da natureza para o futuro climático de Portugal.

Liga quer barreiras florestais autóctones para travar fogos
Notícias ao Minuto

13:23 - 13/04/14 por Lusa

País Proteção

Num documento tornado hoje público, a Liga para a Proteção da Natureza (LPN) propões sete medidas para que Portugal se adapte às alterações climáticas do planeta, porque a sociedade portuguesa "não está preparado para o clima futuro".

A divulgação deste documento com sete propostas concretas, intitulado "Preparar Portugal", ocorre no dia em que o Painel Intergovernamental da ONU sobre Alterações Climáticas divulgou um novo relatório de alerta para a subida das temperaturas no planeta.

"Portugal não está preparado para o clima futuro e apenas a ação consciente e concertada da sociedade poderá permitir adaptar o sistema económico e energético à nova realidade", alerta a LPN, sublinhando que a mudança implica um "processo social e cultural profundo".

Entre as sete medidas apresentadas, a LPN propõe a criação de um grupo de trabalho para definir o desmantelamento de barragens obsoletas, num universo de mais de 300 barragens e minihídricas existentes no país e que, segundo a organização, degradam os rios e impedem a chegada dos sedimentos ao litoral.

"A título de exemplo, apenas o Rio Douro e os seus afluentes têm mais de 60 barragens ao longo do percurso, o que se traduz em perdas de sedimentos na ordem dos 90 por cento", alerta a organização.

A LPN defende também a criação de barreiras florestais autóctones, com espécies de baixo risco de incêndio, com zonas agrícolas e de pastagem, para fazer face ao aumento (estimado pelo painel intergovernamental) de fogos para o sul da Europa.

O pacote de medidas inclui ainda a "expansão de uma rede de transportes públicos coletivos economicamente acessíveis a toda a população", porque o uso de meios públicos tem vindo a diminuir, a aplicação efetiva do Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética, aprovado em 2008, e um plano de proteção de cheias, dada a falta de ordenamento do território.

A deslocação de populações em zonas costeiras ameaçadas pelo recuo da linha da costa portuguesa e a adaptação das culturas agrícolas, por causa da conservação dos solos, são as restantes medidas propostas.

O Painel Intergovernamental da ONU sobre Alterações Climáticas alertou hoje, em Berlim, que só uma "grande mudança institucional e tecnológica" poderá limitar, em dois graus centígrados, a subida das temperaturas no planeta.

A comunidade científica defende que é preciso "abandonar a inércia" e reduzir entre 40 a 70 por cento as emissões de gases que provocam o efeito de estufa, tendo como referência dados de 2010.

Caso não haja um inversão de comportamento, a temperatura global poderá subir entre 3,7 e 4,8 graus centígrados até 2100.

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