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Uso de bombas de fragmentação no Iémen é possível crime de guerra

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu hoje que o uso de bombas de fragmentação para atingir zonas povoadas no Iémen "pode constituir um crime de guerra".

Uso de bombas de fragmentação no Iémen é possível crime de guerra
Notícias ao Minuto

21:04 - 08/01/16 por Lusa

Mundo ONU

A ONU indicou ter recebido "informações preocupantes" sobre o uso desse tipo de armas em ataques, a 06 de janeiro, da coligação árabe pró-governamental sobre Sanaa, a capital controlada pelos rebeldes xiitas Huthi apoiados pelo Irão.

Citado pelo seu porta-voz, Ban Ki-moon declarou-se "muito preocupado com a intensificação dos ataques aéreos da coligação" militar árabe liderada pela Arábia Saudita e, particularmente, com "informações sobre 'raids' intensos em áreas residenciais e edifícios civis em Sanaa", entre os quais a câmara de comércio e uma instituição para cegos.

"A utilização de bombas de fragmentação em zonas povoadas pode constituir um crime de guerra", frisou o responsável, instando "todas as partes" no conflito a respeitarem o direito internacional e a população civil e a garantirem o êxito da próxima ronda de conversações de paz "assim que possível".

Estas negociações estão, em princípio, previstas para meados de janeiro, sob a égide da ONU, mas a crise nas relações entre Riade e Teerão e o fim do cessar-fogo no Iémen fazem temer adiamentos.

O mediador da ONU no Iémen, Ismail Ould Cheikh Ahmed, esteve hoje em Riade para se reunir com responsáveis iemenitas e sauditas e tentar reinstaurar o cessar-fogo.

O severo aviso de Ban Ki-moon ocorre um dia depois da decisão do Governo iemenita, apoiado pela coligação árabe na sua guerra contra os Huthi, de expulsar o representante das Nações Unidas para os Direitos Humanos no Iémen, George Abu Al-Zulof.

O secretário-geral da ONU criticou veementemente esta expulsão e pediu ao Governo para recuar nesta decisão, até agora sem resultado.

O Governo iemenita acusou o representante de parcialidade.

Num relatório recente, o Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos levantava fortes suspeitas sobre a utilização de bombas de fragmentação pela coligação na província de Hajjah, fronteiriça com a Arábia Saudita.

Uma equipa do Alto-Comissariado tinha encontrado numa aldeia de Al-Odair os restos de 29 bombas desse tipo.

Uma bomba de fragmentação é composta por um recipiente que dispersa, no ponto de impacto, muitos pequenos projéteis explosivos que se encontram no seu interior. Esta arma, muito eficaz numa superfície ampla, é considerada particularmente mortal e é proibida por uma convenção internacional datada de 2008, que a Arábia Saudita e o Iémen não assinaram.

O Iémen está mergulhado numa guerra civil que já fez quase 6.000 mortos, 2.800 dos quais civis, e desencadeou uma grave crise humanitária.

Uma coligação sob comando saudita efetua uma intervenção em apoio do Governo iemenita desde março de 2015 para expulsar os rebeldes xiitas Huthi, acusados de ligações ao Irão, que se apoderaram de grandes áreas do país.

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