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Comunidades dispostas a receber refugiados sem plano do Governo

Várias cidades e comunidades autónomas espanholas decidiram avançar com iniciativas próprias para acolher refugiados, sem um plano nacional feito pelo Governo central em Madrid, que até agora estava contra a quota de refugiados pedida por Bruxelas.

Comunidades dispostas a receber refugiados sem plano do Governo
Notícias ao Minuto

12:10 - 04/09/15 por Lusa

Mundo Espanha

Num trabalho feito em toda a Espanha, o jornal El País revela que cidades como Madrid, Oviedo, Corunha, Málaga ou Alicante decidiram juntar-se a uma rede de cidades proposta na passada terça-feira pela presidente de Câmara de Barcelona, Ada Colau. A ideia é juntar na mesma iniciativa cidades dispostas a acolher refugiados da Síria e do Iraque.

A ideia de Colau (Barcelona en Comú) acaba por ter eco em várias cidades das quais apenas Málaga é gerida por um presidente de câmara do PP (direita, no poder). Madrid tem gestão de Manuela Carmena (Ahora Madrid, apoiada pelo Podemos), Oviedo e Alicante são do PSOE e a Corunha é uma câmara da Marea Atlántica (apoiada pelo Podemos).

Para já, a Câmara de Madrid anunciou decisões concretas: vai dedicar 10 milhões de euros a um plano de "apoio integral" ao acolhimento de refugiados que envolva habitação e apoio escolar, psicológico e ajuda para lidar com a burocracia.

O Governo espanhol tem vindo a rejeitar a quota de refugiados pedida por Bruxelas. Dos seis mil refugiados que a Comissão pedia a Espanha para receber, o executivo de Mariano Rajoy apenas mostrou abertura para receber 2.749 pessoas.

Na quinta-feira, com o mundo inteiro a ver nas capas dos jornais a foto do menino sírio afogado e com Bruxelas a pedir aos Estados-membros uma subida no número de refugiados a receber, o Ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol afirmou que Espanha vai receber a sua quota de refugiados, mas escusou-se a especificar.

Mesmo sem plano estatal de acolhimento, algumas comunidades autónomas espanholas juntaram-se ao movimento das cidades.

A vice-presidente da Comunidade Valenciana, Mònica Oltra (Compromís, que em coligação com os socialistas do PSOE arrebatou a governação regional ao PP), afirmou que a região vai disponibilizar instalações públicas como centros de acolhimento pata refugiados.

A governante valenciana propôs ainda falar - juntamente com a Cruz Vermelha e a Comissão Espanhola de Ajuda ao Refugiado (CEAR) - com as entidades bancárias para convencê-las a ceder apartamentos vazios (hipotecados) para instalar refugiados.

Um dos "barões" do PP, o presidente da Xunta (Governo Regional) da Galiza, Alberto Núñez Feijóo, disse que a comunidade está disposta a acolher 300 refugiados sírios e ajudará as famílias galegas que queiram receber migrantes. Navarra (UPN) poderia acolher outras 300 pessoas.

O Governo Regional da Catalunha (Generalitat) disse que dispõe de 28 camas, que poderiam ser ocupadas por um período de seis meses. Ainda assim, prefere acolher um número de refugiados decidido pelo Governo, no âmbito de um plano nacional.

A Comunidade de Madrid (presidida por Cristina Cifuentes, do PP) foi mais prudente, afirmando que cabe ao Governo e à UE tomar as decisões e não às cidades nem às comunidades autónomas. Cifuentes disse que se juntaria a um plano nacional.

Os governos regionais da Andaluzia (PSOE), Aragão (PSOE) e País Basco (PNV) preferem tomar decisões com base num plano nacional feito pelo Governo central, a quem pedem que aceite a quota pedida por Bruxelas.

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