Comissão da ONU mediará disputa territorial entre Venezuela e Guiana
O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou hoje que a Organização das Nações Unidas vai criar uma comissão para mediar uma disputa territorial entre a Venezuela e a Guiana sobre uma zona petrolífera.
© Reuters
Mundo Petróleo
"O secretário-geral (Ban Ki-Moon) comprometeu-se em ativar uma comissão que visitará a Venezuela e a República Cooperativa da Guiana", anunciou Maduro em Nova Iorque, EUA, durante uma conferência de imprensa após uma reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon.
Segundo Nicolás Maduro a reunião foi frutífera e permitiu-lhe expor "todos os pormenores do processo histórico do Esequibo (território disputado)", prevendo-se que em setembro, em ocasião do 70.º aniversário da ONU, aquele organismo promova uma reunião com o seu homólogo da Guiana, David Granger.
A Guiana e a Venezuela disputam uma zona marítima onde a petrolífera norte-americana Exxon Mobil descobriu uma importante jazida de petróleo e a 11 de julho último a Venezuela anunciou que pediu a mediação das Nações Unidas.
O pedido de Caracas foi feito numa carta de Nicolás Maduro endereçada a Ban Ki-Moon em que se considera que a nomeação de um mediador é "um método adequado para avançar na solução pacífica desta controvérsia territorial".
"Esse é o caminho e sabemos que mais cedo que tarde vamos superar a provocação circunstancial do Governo da Guiana, que terá que retificar porque só prejudica o seu povo", frisou hoje o Presidente venezuelano.
Na carta dirigida às Nações Unidas, Nicolás Maduro considera que a Guiana "pretendeu dispor de maneira unilateral, sem notificação, de vastas extensões do território disputado, em detrimento da reivindicação mantida historicamente pela Venezuela".
Três dias depois a Guiana anunciou não estar interessada no processo de mediação solicitado pela Venezuela às Nações Unidas.
"Indicámos muito claramente ao secretário-geral da ONU que o processo de bons ofícios, que seguimos fielmente, não parece oferecer nenhuma solução para continuar em frente", disse o ministro de Assuntos Exteriores da Guiana, Carl Greenidge, numa conferência de imprensa transmitida pela Internet.
A Guiana diz que a sua soberania "tem sido ameaçada" e que a disputa territorial com a vizinha Venezuela representa uma ameaça à sua sobrevivência.
O projeto de exploração da Exxon Mobil ao serviço da Guiana localiza-se numa área, terrestre e marítima, de 159.500 quilómetros quadrados conhecida como Território Esequibo, cuja soberania é reclamada por Caracas e Georgetown.
A Guiana insiste que possui direitos sobre a zona reclamada, mas para a Venezuela a única área sobre a qual é possível negociar é o mar, com base num acordo assinado em Genebra em 1966.
A atual fronteira entre ambos os países foi delimitada em 1899.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com