Autoridades vão alargar zona-tampão com Faixa de Gaza
O Egito anunciou hoje a intenção de alargar de 500 metros para um quilómetro a zona-tampão que o seu exército está a montar no Sinai, ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza.
© Reuters
Mundo Egito
No final de outubro, os militares começaram a demolir com dinamite as casas situadas perto da fronteira com Gaza, alguns dias após um atentado suicida que matou 30 soldados no norte da península do Sinai, o ataque mais mortífero contra as forças de segurança desde há anos.
A zona-tampão é uma das últimas medidas de segurança adotadas pelas autoridades na luta contra grupos 'jihadistas' que multiplicaram os atentados contra as forças da ordem desde que o exército destituiu o Presidente islamita Mohamed Morsi, em julho de 2013.
Para as autoridades, a zona-tampão, com a largura de um quilómetro ao longo de cerca de 13,5 quilómetros da fronteira, deverá permitir isolar os terroristas num setor deserto, e destruir os túneis clandestinos para Gaza, utilizados para o tráfico de armas e a passagem de 'jihadistas'.
A medida deverá causar a demolição de mais de 800 casas e o despejo de cerca de 1.100 famílias.
As manobras de extensão da zona de segurança começam na próxima semana, anunciou o governador do Sinai do Norte, Abdel Fattah Harhur.
"Reuni-me com algumas famílias da região que daí serão retiradas e pedi-lhes que se apresentem na quarta-feira na sede do governo local para discutir eventuais compensações financeiras ou outras alternativas", acrescentou Harhur.
A Amnistia Internacional denunciou e condenou em novembro a expulsão de centenas de residentes da zona-tampão, exigindo o fim das "demolições arbitrárias" e dos "despejos forçados".
O norte do Sinai tem sido palco de atentados letais quase diários contra a polícia e o exército, aos quais este responde desde há um ano com uma vasta ofensiva.
Os 'jihadistas' garantem que estão a agir em retaliação à sangrenta repressão de que têm sido alvo os apoiantes de Morsi desde a sua deposição, que fez pelo menos 1.400 mortos, na maioria manifestantes islamitas.
Centenas de partidários de Morsi foram também condenados à morte em julgamentos sumários coletivos, ao passo que outros 15.000 foram encarcerados.
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