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Confrontos continuam no Sudão do Sul

Violentos confrontos prosseguem no norte do Sudão do Sul, zona produtora de petróleo, apesar de os países vizinhos Quénia e Etiópia afirmarem ter feito "bons progressos" nos esforços para terminar a guerra civil.

Confrontos continuam no Sudão do Sul
Notícias ao Minuto

16:49 - 26/12/13 por Lusa

Mundo Violência

Um porta-voz do exército, Philip Aguer, disse que as tropas leais ao Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, estavam a enfrentar as forças do antigo vice-presidente Riek Machar, na cidade de Malakal, capital do estado do Alto Nilo.

O mesmo representante também afirmou que as tropas estão a preparar uma ofensiva contra Bentiu, a cidade principal do estado, rico em petróleo, após terem retomado o controlo de Bor, outra cidade que tinha caído nas mãos dos rebeldes durante as quase duas semanas de confrontos na mais recente nação do Mundo.

A violência no Sudão do Sul, um país produtor de petróleo que conquistou independência do Sudão apenas há dois anos, já causou milhares de mortes, segundo as Nações Unidas.

O Conselho de Segurança da ONU decidiu esta semana enviar mais seis mil soldados e polícias para aquele país, quase duplicando a missão para 12.500 militares e 1.323 polícias civis.

Entre relatos de corpos empilhados em valas comuns e testemunhos de massacres, execuções sumárias e violações, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, prometeu que os autores serão "responsabilizados".

Os preços do crude subiram devido aos confrontos, com a produção de petróleo prejudicada pela violência e pela retirada dos trabalhadores do setor. O petróleo representa mais de 95 por cento da economia do Sudão do Sul.

O Presidente queniano, Uhuru Kenyatta, e o primeiro-ministro da Etiópia, Haliemariam Desalegn, viajam hoje para Juba para se encontraram com Salva Kiir, mais dois intermediários que se deslocaram ao Sudão do Sul para procurar o fim do conflito, que começou a 15 de dezembro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros etíope, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que foram feitos "bons progressos" nas conversações, estando marcados mais encontros da Autoridade Inter-Governamental para o Desenvolvimento (um grupo regional), a decorrer em Nairobi na sexta-feira.

O governante adiantou que um dos temas discutidos foi a possível libertação das 11 personalidades ligadas a Machar que foram detidas após o início da violência.

Os confrontos começaram depois de Kiir ter acusado Machar de tentar realizar um golpe de Estado, o que o antigo vice-presidente negou, afirmando que o Presidente estava a explorar um conflito entre membros do exército como um pretexto para realizar uma purga.

Segundo as agências das Nações Unidas são necessários 116 milhões de dólares (121 milhões de euros) nos próximos três meses para distribuir comida, gerir os campos para os desalojados e garantir tratamentos de saúde e saneamento.

"Há pelo menos 90.000 mil desalojados nos últimos 10 dias, das quais 58 mil estão abrigadas nas bases das Nações Unidas", afirmou o responsável do apoio humanitário da ONU naquele país, Toby Lazer.

A alta comissária da ONU para os direitos humanos, Navi Pillay, divulgou a existência de uma vala comum em Bentiu, tomada pelos rebeldes, e referiu existirem relatos de mais duas em Juba, capital do país. De acordo com Navi Pillay, cerca de 15 corpos foram encontrados noutra localização em Bentiu, e mais 20 num rio próximo.

Numa mensagem de Natal, Kiir reconheceu que há "pessoas a atacar outras devido à sua afiliação tribal", mas demarcou-se da violência étnica, afirmando: "Vai apenas conduzir a uma coisa, que é tornar esta nova nação num caos".

Cerca de cem militares norte-americanos encontram-se no Sudão do Sul e o exército norte-americano enviou um pelotão de fuzileiros para o vizinho Uganda.

Quatro norte-americanos ficaram feridos no sábado quando o seu avião foi abatido durante uma operação de evacuação.

Os Estados Unidos foram parte ativa no processo de independência do Sudão do Sul relativamente ao norte.

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