Valadares relançada criando 135 postos de trabalho
Um grupo de ex-quadros da Cerâmica de Valadares, em Vila Nova de Gaia, que foi declarada insolvente há dois anos, formou uma nova empresa, recuperando a marca de louça sanitária e criando 135 postos de trabalho.
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A nova empresa -- denominada ARCH -- deverá começar a produção industrial no início do próximo ano, tendo por objetivo reforçar e apostar na exportação, nomeadamente para o mercado asiático e do Médio Oriente, explicou hoje um dos administradores, Henrique de Barros.
"Os produtos produzidos sempre foram de alta gama e de elevada qualidade, mas não tinham a dimensão internacional que agora lhe queremos dar", frisou na cerimónia de assinatura do acordo de colaboração entre a massa insolvente da Cerâmica de Valadares e ARCH, na Câmara de Gaia.
A ARCH quer ainda criar novos produtos, lembrando que é das "únicas" com esta dimensão na Europa que tem um processo verticalizado entre a conceção do produto, o seu fabrico e a produção de componentes associados.
Numa fase inicial, a empresa irá empregar 135 trabalhadores, a maioria dos quais da antiga Cerâmica de Valadares, mas com um salário "mais baixo".
"O nível salarial era muito elevado e seria um problema em si mantê-lo. O nosso propósito foi redimensionar a empresa, tornando-a mais pequena e racional", salientou Henrique de Barros.
Os problemas de liquidez da Cerâmica de Valadares, uma empresa criada em 1921, começaram em 2010 e, dois anos depois, com o passivo a crescer e sem meios para responder às encomendas, foi declarada insolvente.
O administrador de insolvência, Rui Castro Lima, explicou que a dívida e o processo de liquidação da Cerâmica de Valadares, que deixará de existir, continuam.
"Cria-se é uma nova realidade empresarial com a criação de uma nova empresa e recuperação da marca, sendo a dívida paga pelo produto da liquidação que resulta da venda do património imobiliário e da receita da ARCH", disse.
Rui Castro Lima salientou que quanto melhores forem os resultados da nova empresa, maior será a receita que a massa insolvente irá receber.
O acordo entre a massa insolvente da Cerâmica Valadares e a ARCH pressupôs a venda de uma parte das instalações da antiga fábrica a uma empresa italiana de roupa italiana -- La Perla -- que irá criar 200 empregos.
"Recuperar uma das marcas mais emblemáticas de Gaia, da região e do país é de uma enorme importância", considerou o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues.
O socialista realçou que a autarquia criou "condições objetivas" para viabilizar a marca Valadares, nomeadamente dando tratamento prioritário à apreciação pelos serviços municipais de projetos e processos administrativos relacionados com a nova empresa.
Além disso, isentou-a do pagamento da derrama, tarifa de resíduos sólidos e taxas relativas a operações urbanísticas.
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