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Treinadora parte os dois pés para impedir queda grave de atleta

Treinadora viu que o seu atleta ia cair fora do trampolim durante uma competição, em Santarém. O resultado poderia ser uma lesão para a vida. Mas tal não aconteceu porque Ana amparou a queda do jovem, tendo partido os dois pés.

Notícias ao Minuto

07:53 - 25/08/15 por Andrea Pinto

Desporto Trampolins

O laço que se cria entre treinador e atleta é, em muitas modalidades, semelhante ao de pai e filho. O técnico é responsável por incutir valores e garantir a segurança do seu discípulo enquanto este último deve respeito e reconhecimento ao treinador.

E isso foi o que Rafael Domingos, atleta de trampolins do Sporting CP, terá percebido no passado mês de julho quando a sua treinadora, Ana Figueiredo, pôs em causa o seu próprio bem-estar em prol do jovem de 18 anos.

Tudo aconteceu durante o campeonato internacional Scalabis Cup, que decorreu em Santarém no dia 3 de julho. Um salto mal executado poderia ter acabado mal para Rafael. Ana, porém, antecipou-se e decidiu colocar-se debaixo do seu atleta para impedir que algo de grave lhe acontecesse.

“O atleta estava a fazer uma série de saltos e ao realizar o terceiro salto apercebi-me que ele tinha ido mal para o salto e que ia cair fora do trampolim. Pensei que se ia magoar seriamente e coloquei-me debaixo dele”, conta a técnica, que trabalha há mais de 25 anos para o clube ‘verde-e-branco’.

Como consequência, Ana partiu os dois pés, o direito com uma fratura exposta. Porém, afirma ao Notícias ao Minuto, não há nada de que se arrependa. “Não posso prever ao certo porque não chegou a acontecer mas creio que a lesão [do Rafael] seria grave. Ele poderia ter ficado numa cadeira de rodas ou até algo mais complicado”, conta a técnica.

Ana apercebeu-se da gravidade da sua lesão logo após a queda de Rafael, mesmo embora outros técnicos tenham corrido em seu auxílio. “Viraram-me logo de cabeça para baixo para não ver a lesão e colocaram-me o osso no sítio logo no local, antes de ir para a ambulância. Já dentro da viatura deram conta de que me faltava um tendão e tiveram que voltar a interromper a prova para ir procurá-lo”, conta Ana, que no dia seguinte foi transferida para o Hospital Santa Maria, em Lisboa, onde foi operada.

A técnica segue agora com a sua recuperação, estando proibida de colocar os pés no chão até ao dia 27 [de agosto]. Porém, para si, o mais importante é que “a recuperação corra bem” e questionada sobre se repetiria o que fez, não hesita.

“A minha função é fazer com que os atletas estejam em segurança e não lhes aconteça nada de grave. Há lesões piores e esta poderia ter sido pior”, afirma.

Já Rafael, acredita a técnica, reconhece o gesto que impediu que algo de grave lhe acontecesse.

“Ele reconhece [o gesto], pois fica sempre atrapalhado quando me vê. Mas a vida continua e é andar para a frente”, remata.

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