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Paus têm álbum novo e com ele descobriram que não podem ser "arrumados"

O novo disco, a introspeção, as saudades da estrada numa entrevista a Joaquim Albergaria.

Paus têm álbum novo e com ele descobriram que não podem ser "arrumados"
Notícias ao Minuto

08:15 - 12/02/16 por Carolina Rico

Cultura Mitra

Os Paus vão hoje apresentar ‘Mitra’, o novo álbum onde não descobriram quem são mas ganharam uma certeza: não há prateleira para os arrumar.

Em entrevista ao Notícias ao Minuto, Joaquim Albergaria contou que com este novo trabalho a banda, que “não era uma coisa pensada, simplesmente era”, tentou parar para uma autorreflexão.

E sempre descobriram que tipo de banda são? “Não, nem pensar! O dia em que nos conseguirmos arrumar numa prateleira é se calhar o dia em que não conseguimos fazer mais música juntos”.

A falta de compromisso estilístico que marca o trabalho dos Paus é precisamente aquilo que Joaquim Albergaria considera ser mais “gratificante” no seu trabalho. A “liberdade para simplesmente pegar nos instrumentos e dar passos na direção que quisermos”, disse.

Até porque é mesmo assim o método do grupo: Grava um de cada vez enquanto os outros três estão a ouvir e participar num brainstorming de ideias e ritmos. As canções vão surgindo “em tempo real” - escrita, gravação e edição, tudo ao mesmo tempo.

Um trabalho que começou já na última digressão, de onde, a partir de improvisos e ensaios antes de concertos, saíram “10 rascunhos, rabiscos, segundos com princípios de ideias”.

Mas “foi bom parar para perguntar e para descobrir que não vale a pena responder, ou então ter muitas respostas”.

Mais espaço para a voz

Nunca um registo do grupo foi tão marcado pela voz, mas Joaquim Albergaria frisou que “este não é um disco de canções”. São antes “as canções possíveis, canções à Paus”, que marcam o primeiro trabalho onde a voz é “o centro, a coluna da canção”.

“Obrigamo-nos a levar a sério um instrumento que estava a ser desconsiderado. As vozes estavam a ser pensadas como qualquer coisa que pode servir para ajudar a resolver uma música que precisava de um remendo fixe ou de um aconchego”.

Escrever as letras não foi difícil mas encontrar a forma de as encaixar numa performance e chegar a um consenso no grupo foi um desafio. “Talvez por isso tenhamos demorado tanto tempo a levar as vozes mais a sério”, admitiu.

Joaquim Albergaria diz-se “bastante orgulhoso” com o trabalho final, que acredita incluir “canções que vão aguentar o envelhecimento” da banda e perdurar no tempo.

No entanto, ainda que o primeiro single – ‘Pela Boca’ - tenha tido uma boa aceitação por parte do público, ao vivo as coisas mudam completamente.

Prestes a arrancar em nova digressão por vários pontos do país mas que também passa pelo festival Paaspop, pelo Paradiso, em Amsterdão, e pelo Ancienne Belgique, Joaquim Albergaria sente-se “com vontade de saber como é que estas músicas se vão portar em palco”.

"E também já tenho saudades da carrinha”, confessou.

A banda de Fábio Jevelim, Hélio Morais, Joaquim Albergaria e Makoto Yagyu apresentam hoje o seu novo disco numa sessão ao vivo no Cinema S. Jorge, em Lisboa.

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