O festival, que integra um total de sete espetáculos, pretende "promover e divulgar jovens músicos que querem abraçar as causas sociais e humanas da nossa sociedade", procurando "privilegiar e reconhecer sempre os artistas", sem os quais "o ciclo não seria possível", disse hoje Tiago Nunes, durante uma conferência de imprensa para apresentação do programa.

Organizado por voluntários, o evento "não é apenas um 'promotor' de concertos" e seus compositores e músicos, mas, "mais do que isso, é um projeto que vive da solidariedade e estimula a solidariedade social e a importância do bem comum", sublinhou Tiago Nunes, mentor e diretor artístico do ciclo e estudante de mestrado em piano na Universidade de Aveiro.

"Criámos um conceito que cumpre o binómio 'dar--recebendo'", explicou o diretor artístico do festival, salientando que "todo o público que estiver presente nos nossos concertos, ajudará grandes causas e certamente que ouvirá muito boa música nos espaços mais nobres da cidade de Coimbra".

O público "viverá a experiência do dar e receber", sustentou o também promotor do ciclo e estudante de medicina em Coimbra Tiago Pina Cabral, referindo que, à semelhança do que sucedeu na primeira edição, em 2015, "todas as receitas obtidas pelas nossas bilheteiras serão repartidas, em igual parte", pela Associação da Defesa e Apoio à Vida (ADAV) e pela Liga dos Amigos dos Hospitais da Universidade de Coimbra (LAHUC), entidades coorganizadoras do projeto.

"Há tendência para se considerar que uma iniciativa cultural com objetivos solidários tem menos qualidade, mas este ciclo" demonstra que não é assim e, por isso, "queremos que ele entre na agenda cultural da cidade de Coimbra, porque tem, de facto, muita qualidade", sustentou Ana Maria Ramalheira, presidente da ADAV.

Realçando também a qualidade dos espetáculos, Isabel Carvalho Garcia, presidente da LAHUC, destacou a importância deste tipo de apoios para a sua instituição, que, por falta de meios, não promove ações de formação para os seus voluntários já desde o final de 2013, exemplificou.

Para além do aspeto solidário, "queremos enriquecer a oferta cultural da nossa cidade, muito especialmente o setor do turismo cultural e todos os [seus] visitantes", insistiu Tiago Nunes, referindo que os ingressos nos espetáculos custam seis euros, exceto o recital de abertura (dez euros), beneficiando as crianças e os estudantes de descontos de 50%.

O segundo espetáculo do ciclo, um recital de guitarra e canto, por Eduardo Barreto e Débora Oliveira, está agendado para 19 de março (21:30) no Seminário Maior de Coimbra, dando António Montalverne um recital de piano em 23 de abril, também às 21:30, na Igreja da Rainha Santa Isabel.

A Sé Velha de Coimbra será palco de um concerto coral, por Vox Aetherea e Ançãble, e de um recital de órgão, por André Pires, nos dias 01 e 21 de maio, respetivamente, atuando a Orquestra de Sopro de Coimbra no Conservatório de Música da cidade, em 18 de junho.

O ciclo, que conta com o apoio de diversas empresas e entidades, como a Câmara Municipal de Coimbra e a Direção Regional de Cultura do Centro, termina em 02 de julho, com um encontro de coros no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha.