"O ensino artístico faz falta nas nossas escolas e tem de ser potenciado. É importante que a educação artística esteja dentro da escola, mas também é importante que as pessoas que desenvolvem a educação artística sejam os próprios profissionais, partilhando com os alunos a experiência de anos, que vem da pedagogia, mas também de uma prática contínua e quotidiana no palco cénico", alegou.

No intervalo da conferência 'Circo + Escola = Novo', que tem lugar em Viseu ao longo do dia de hoje, Giacomo Scalisi sublinhou a importância do 'Circus Lab', um projeto artístico e pedagógico de Novo Circo criado de raiz pelo Teatro Viriato, em parceria com o Cirkus Xanti.

Este projeto, realizado no âmbito do programa Pegada Cultural promovido pela DGArtes e a EEA Grants, tem por objetivo "o desenvolvimento de práticas experimentadas e testadas noutros países, neste caso a Noruega, que passam pela área da criação artística, formação e projetos escolares com jovens e a comunidade envolvente".

Depois de uma primeira fase em 2015, o Teatro Viriato promoveu a segunda fase do projeto, tendo lugar laboratórios de artistas e jovens, ao longo de três semanas do mês de janeiro deste ano.

Três grupos distintos de alunos da Escola Secundária Viriato, Agrupamento de Escolas de Tondela Tomaz Ribeiro e Agrupamento de Escolas de São Pedro do Sul tiveram a oportunidade de experimentar a dança, teatro, arte sonora experimental e novo circo com parceiros artísticos do Circus Lab.

Em Viseu os alunos juntaram-se à companhia local 'Companhia Paulo Ribeiro' e à 'Companhia Radar 360º', em Tondela o grupo de estudantes trabalhou com o 'Trigo Limpo/ Teatro Acert' e a 'Companhia O Último Momento', enquanto que em S. Pedro do Sul os alunos juntaram-se à 'Binaural/Nodar' e à 'Companhia Erva Daninha'.

No entender de Giacomo Scalisi, este tipo de projetos deveriam ser replicados, de forma a que as artes pudessem entrar nas escolas nacionais.

"Seria uma possibilidade, fazer entrar as artes nas escolas, continuando a fazer projetos semelhantes a este. As artes entram na própria escola, mas a escola também sai e entra num teatro, por exemplo", sustentou.

Na sua intervenção na conferência, o diretor do Teatro Viriato, Paulo Ribeiro, destacou o novo circo como sendo uma área para a qual sempre olharam com encanto, por conseguir juntar todas as outras, tornando-se "numa espécie de arte completa".

Já a vereadora da Cultura da Câmara de Viseu, Odete Paiva, evidenciou que "normalmente as artes andam um bocadinho divorciadas daquilo que é o ensino curricular normal".

"Na cidade temos a grande vantagem de que a arte, do ponto de vista da dança e da música, fazem parte dos currículos formais da escola. Não sei se vamos ter muitos artistas, mas se não tivermos, estamos a formar públicos exigentes e isso faz toda a diferença", concluiu.