'Influencers' banalizam violência e conteúdo sexista e misógino 'online'

Os co-fundadores do projeto 'Agarrados à Net' alertaram para a banalização da violência e de conteúdos sexistas e misóginos nas redes sociais, comportamentos impulsionados por influenciadores digitais seguidos por muitos jovens. 

Abuso sexual de menores ; Pedofilia ; crianças ; Computador ; Pornografia de menores

© Shutterstock

Lusa
11/08/2025 11:47 ‧ há 2 horas por Lusa

Tech

Influencer

Em declarações à agência Lusa, o co-fundador do projeto 'Agarrados à Net', Tito de Morais, explica que em Portugal, à semelhança de outros países, se verifica um crescimento de influenciadores digitais e consequente adesão de jovens.

 

Embora haja conteúdo positivo e educativo desenvolvido por quem marca presença nas redes sociais, a co-fundadora do projeto, Cristiane Miranda, admite que "o algoritmo tende a favorecer o que é polémico, fraturante e chocante", alertando para a falta de sentido crítico dos jovens que se deixam facilmente influenciar 'online'.

"O algoritmo favorece o que não tem qualidade, em detrimento dos conteúdos informativos, lúdicos ou educativos de qualidade", afirma a responsável.

Tito de Morais refere que existe uma "adesão cada vez maior dos jovens e este tipo de conteúdos, muitas vezes dessensibilizando-os para situações de violência sexual baseada em imagens".

Recentemente, a polícia espanhola revelou estar a investigar um jovem de 17 anos por suspeita de usar Inteligência Artificial (IA) para falsificar imagens de nudez de colegas de turma para venda.

A investigação foi iniciada depois de 16 jovens de uma instituição de ensino da região de Valência se terem manifestado contra imagens suas geradas por IA que circulam nas redes sociais e na internet.

Neste sentido, Cristiane Miranda, refere que se assiste "à banalização da violência e de conteúdos sexistas, misóginos, racistas e xenófobos", o que tem consequências emocionais, "principalmente quando se fala de jovens que estão a construir a sua identidade".

"Muitas vezes são crianças que não têm uma figura de referência e vão buscá-las a influenciadores que nada criaram na vida, que aparentam uma vida glamorosa, muitas vezes falsa, mas que não é fácil de perceber-se como tal", explica.

Assim, os responsáveis admitem ser fundamental que os pais acompanhem quem os filhos seguem nas redes sociais e conversem com eles sobre os valores que defendem, estimulando o pensamento crítico sobre o que ouvem.

Na semana passada, um estudo revelou que o ChatGPT é capaz de fornecer informações e instruções sobre comportamentos prejudiciais para jovens, como o uso de drogas ou distúrbios alimentares, classificando mais de metade das 1.200 respostas do ChatGPT como perigosas.

O estudo analisou mais de três horas de interações entre o 'chatbot' e investigadores que se fizeram passar por adolescentes vulneráveis, sendo que, embora o modelo de IA tenha emitido avisos contra atividades arriscadas, continuava a fornecer planos detalhados sobre comportamentos prejudiciais.

O projeto "Agarrados à Net" nasceu da iniciativa 'MiudosSegurosNa.Net' e está a ser desenvolvido desde novembro de 2021, procurando reduzir o cyberbullying, combater a promoção de estereótipos da imagem corporal "perfeita" e o uso excessivo de ecrãs. 

Leia Também: Jovens criam 'personas' digitais para expressar identidade e evitar pressão

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