China censura referências ao ciberataque à polícia de Shanghai

Censores chineses estão a eliminar notícias sobre o alegado ataque informático a um banco de dados da polícia de Shanghai, que contém informações privadas de mais de mil milhões de pessoas.

[MF]. The national flag flies from the top of the National Museum of China, opposite of the Great Hall of the People, prior to the opening ceremony of the National People's Congress (NPC) during sunrise in a polluted atmosphere in Beijing March 5, 2012.

© Reuters

Lusa
06/07/2022 12:23 ‧ 06/07/2022 por Lusa

Tech

Ciberataque

A confirmar-se, esta seria uma das maiores fugas de informação privada de todos os tempos.

Uma busca na rede social Weibo, o equivalente ao Twitter na China, pelas palavras-chave "vazamento de dados", "ataque a banco de dados de segurança nacional de Shanghai" e "vazamento dos registos de mil milhões de cidadãos", que acumularam nos últimos dias milhões de visualizações e comentários, dá agora como resultado o aviso que, "de acordo com as leis, regulamentos e políticas relevantes", este tópico não está disponível - uma mensagem de erro comum para conteúdo excluído pelos censores.

O mesmo acontece no Baidu, o principal motor de busca do país.

Um suposto pirata informático revelou parte dos dados obtidos, num fórum dedicado a crimes cibernéticos, no final do mês passado, alegando que o arquivo completo contém vários terabytes de detalhes, incluindo nomes, endereços, identidades, números de telefone e antecedentes criminais de mais de mil milhões de chineses.

O incidente gerou alvoroço nas redes sociais chinesas, até que as informações começaram na segunda-feira a ser eliminadas.

Identificando-se com o pseudónimo ChinaDan, o 'hacker' enviou uma amostra dos dados obtidos para o fórum e propôs vender todo o material que afirmou ter pirateado por 10 bitcoins, ou cerca de 195.000 euros, de acordo com cotação atual.

As amostras contêm o contacto, endereço, nome, número de identificação nacional, altura, género e antecedentes criminais de vários cidadãos chineses.

O jornal norte-americano Wall Street Journal confirmou a veracidade das amostras, após ter contactado várias das pessoas na lista. Também o The New York Times afirmou ter confirmado alguns dos dados incluídos na amostra.

As autoridades chinesas não comentaram, até à data, o suposto vazamento de dados.

O pirata informático disse que as informações roubadas foram recuperadas de um serviço de nuvem privada, fornecido pelo grupo chinês de tecnologia Alibaba.

"É difícil confirmar a veracidade, mas posso confirmar que o arquivo existe. Se a fonte for o Ministério da Segurança Pública [chinês], isto seria mau por vários motivos. O mais óbvio é que constaria entre as maiores falhas [de cibersegurança] de sempre", explicou Kendra Schaefer, analista de dados e de tecnologia da consultora Trivium China, na rede social Twitter.

A venda de dados pessoais dos cidadãos era frequente na Internet chinesa, mas a Administração do Ciberespaço conseguiu em grande parte eliminar esse tipo de atividade, nos últimos anos, criando algumas das leis mais rígidas do mundo de proteção de dados.

Leia Também: Hackers roubaram dados de mil milhões de cidadãos chineses

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