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IA da Huawei ajuda a completar Sinfonia Inacabada de Schubert

A Huawei usou a inteligência artificial de um telemóvel para compor o último andamento da Sinfonia Inacabada de Schubert e demonstrar o potencial da tecnologia, afirmou o diretor de produto na Europa, Arne Herkelmann.

IA da Huawei ajuda a completar Sinfonia Inacabada de Schubert
Notícias ao Minuto

15:34 - 05/02/19 por Lusa

Tech Arte

"O que queremos é inspirar as pessoas e mostrar o que é possível fazer se juntarmos a tecnologia de inteligência artificial com o conhecimento humano. Queremos motivar as pessoas a trabalharem com a tecnologia, a serem abertas", disse à agência Lusa.

Herkelmann falava na segunda-feira em Londres durante um evento de apresentação do projeto, quando a English Session Orchestra tocou no auditório de Cadogan Hall uma versão completa da Sinfonia N.º 8 em Si Menor.

O compositor austríaco começou a composição em 1822 e ainda viveu mais seis anos, mas nunca foi para além dos dois primeiros andamentos da obra, hoje conhecida por "Sinfonia Inacabada".

A sinfonia teria quatro andamentos, como era hábito na altura, pelo que o desafio deste projeto foi colocar o Huawei Mate 20 Pro a terminar o terceiro andamento e a compor o quarto movimento.

Arne Herkelmann contou à Lusa como foi construído um programa à medida onde foram corridas mais de 90 peças de Schubert, as quais foram analisadas segundo o timbre, ritmo e melodia para perceber o padrão de trabalho do compositor.

"Depois de o modelo estar treinado, usámos o primeiro e o segundo movimentos para ter tentativas de continuações", explicou.

Foi nesse momento que foram necessárias as competências do compositor norte-americano Lucas Cantor, que selecionou algumas das melodias produzidas pela inteligência artificial do telemóvel, que usa um processador avançado chamado Kirin 980.

Cantor, com currículo em cinema e televisão premiado com dois Emmys, não ficou intimidado por conhecer mal a obra de Schubert e compôs os arranjos finais, aproveitando para introduzir címbalos, um instrumento que não fazia parte do original, mas adicionou "ressonância emocional".

"O telefone gerou algumas ideias especulativas, não produziu um esboço ordenado, nem contacto emocional, não gerou dinâmicas. Gerou algum conteúdo melódico. Foi como trabalhar com um colaborador que nunca está cansado nem maldisposto, e que tem sempre ideias", resumiu.

O conceito de composição algorítmica já é comum no mundo da música, referiu o norte-americano, pois a maioria dos compositores usa computadores ou mesas digitais para trabalhar, mas "a ideia de usar a inteligência artificial para gerar ideias é nova", vincou.

Este é um de vários projetos da Huawei para mostrar a funcionalidade da inteligência artificial dos seus telemóveis: no ano passado colocou o modelo Mate 10 Pro a conduzir um automóvel, usando as capacidades de reconhecimento de imagens pela câmara, e lançou a aplicação StorySign, que consegue ler certos livros e reproduzir o conteúdo em linguagem gestual para crianças deficientes auditivas.

A inteligência artificial e a conectividade dos equipamentos são áreas onde a Huawei tem apostado nos últimos seis anos, ao investir, a nível global, cerca de 45 mil milhões de dólares (cerca de 39,5 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual) em investigação e desenvolvimento.

Porém, a marca chinesa, que é a maior fornecedora de equipamentos de telecomunicações do mundo, está desde dezembro no centro de uma disputa entre a China e os EUA, que acusam a Huawei de espionagem industrial, lavagem de dinheiro e fraude bancária.

A diretora financeira da Huawei, Sabrina Meng Wanzhou, foi detida no Canadá, aguardando julgamento para ser extraditada para os EUA para enfrentar acusações como conspiração e fraude, incluindo infringir sanções por vender material ao Irão.

Em países como o Reino Unido, responsáveis pela segurança nacional manifestaram preocupação com o uso de equipamento da Huawei nas redes de telecomunicações devido à alegada proximidade com o Governo chinês, o que levou empresas como a British Telecom e a Vodafone a deixar de excluir a fabricante chinesa de certos concursos.

O presidente da unidade de consumo da Huawei na Europa, Walter Ji, preferiu salientar à Lusa a importância do projeto "Sinfonia Inacabada" como "um novo grande passo para inspirar, não só os consumidores, mas também a indústria em geral, para juntar o conhecimento humano e a tecnologia de inteligência artificial para proporcionar diferentes benefícios".

Presente em Portugal desde 2004, a multinacional chinesa investiu mais de 40 milhões de euros no mercado nacional, tendo aplicado 10 milhões de euros num centro tecnológico de suporte em Lisboa, inaugurado em 2012, e em 2016 inaugurou um centro de inovação e experimentação da marca.

No ano passado, no âmbito da visita do chefe de Estado chinês, Xi Jinping, a Altice e a Huawei firmaram uma parceria para o desenvolvimento da tecnologia 5G, que a telecom portuguesa, dona da Meo, pretende lançar este ano.

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