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Ambiciosa, Cristas quer ser "primeira escolha" às "esquerdas encostadas"

CDS deixou bem claro no 27.º Congresso que quer ultrapassar o seu parceiro natural, o PSD, e trilhar o seu próprio caminho que, acredita a líder centrista, a levará a ser primeira-ministra em 2019. Foi essa a mensagem que quis transmitir este fim de semana em Lamego. 'Cantou de galo'?

Ambiciosa, Cristas quer ser "primeira escolha" às "esquerdas encostadas"
Notícias ao Minuto

08:30 - 12/03/18 por Melissa Lopes com Lusa

Política Congresso

Assunção Cristas foi este domingo reeleita presidente do CDS-PP com 89,2% dos votos e encerrou o 27.º Congresso do partido, decorrido este fim de semana em Lamego, como uma mensagem de forte ambição, a de transformar o partido na “primeira escolha” e na “grande casa do Centro e da Direita”.

"Quem não acredita no Partido Socialista, quem não se revê nas esquerdas encostadas, tem uma escolha clara, uma escolha segura, uma escolha inequívoca. E essa é só uma: nós, o CDS", defendeu Assunção Cristas no discurso de encerramento da reunião magna do CDS.

Apesar de deixar "uma palavra especial" ao presidente do PSD, Rui Rio, que encabeçou a delegação social-democrata ao Congresso e subiu ao palco para cumprimentar a líder centrista, Cristas reiterou a convicção de que "é possível" transformar o CDS na grande alternativa à Esquerda. "Acreditem porque é possível", insistiu, defendendo que "o CDS é o partido mais apto a governar o nosso Portugal".

Um discurso que o presidente social-democrata encarou com naturalidade, argumentando que Assunção Cristas "fez o seu papel" ao apresentar o CDS como primeira alternativa ao PS, mas assegurou ser ele o melhor candidato a primeiro-ministro em 2019.

"Acho que a doutora Assunção Cristas disse o que lhe compete dizer, naturalmente que há uma diferença muito grande de votações e intenções de voto, mas ela está a fazer o papel dela e muito bem", afirmou Rui Rio, em declarações aos jornalistas.

Questionado sobre a afirmação da líder centrista numa entrevista ao Expresso de que será a melhor candidata a primeiro-ministro em 2019, Rio respondeu: "Eu serei o melhor candidato a primeiro-ministro não só do que a doutora Assunção Cristas, como do que o doutor António Costa", frisou, admitindo que os dois partidos são "evidentemente adversários".

Ainda no discurso de encerramento do Congresso, a líder centrista aproveitou para eleger a demografia, o território e a inovação como áreas prioritárias de intervenção do partido, assumindo também a defesa da paridade na política e nas empresas. Ao sublinhar as prioridades e objetivos do partido, Assunção Cristas fez sobressair a ideia de um "estatuto fiscal do interior". "O interior da nossa visão não se desenvolve com mais políticos, mais entidades, mais institutos, mais burocracia! O interior desenvolve-se fazendo dele uma zona franca regulatória, o sítio da Europa onde mais facilmente se pode testar uma ideia, o local privilegiado para crescer e fazer crescer", defendeu. 

Assumindo a bandeira da igualdade de género, a líder dos centristas disse que deixará de responder a questões sobre a forma como concilia trabalho e família até a mesma pergunta ser colocada aos homens. Para a líder do CDS, não é possível "continuar a ter um país em que mais de metade da população são mulheres", em que 61% do ensino superior feminino, que está, no entanto, "muito longe da paridade na política ou na direção das empresas e instituições".

"É tempo de mudar e estou convencida de que uma parte muito substancial da questão tem precisamente a ver com a compatibilização trabalho/família e o papel dos homens nesta equação", argumentou. Neste Congresso, o CDS passou de 14 para 25% de mulheres na totalidade dos órgãos nacionais (152 homens e 48 mulheres), sendo um terço na comissão política nacional e na comissão executiva, os órgãos mais restritos de direção.

Para as eleições europeias do próximo ano, a presidente dos democratas-cristãos fixou o objetivo de "dobrar o resultado" alcançado em 2014, depois de anunciar que a lista encabeçada por Nuno Melo incluirá o ex-ministro Luís Pedro Mota Soares, Raquel Vaz Pinto e Vasco Weinberg.

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