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CDS vai discutir oito moções de estratégia global em Lamego

O 27.º Congresso do CDS-PP discute oito moções de estratégia global, embora ainda seja uma incógnita quem, além de Mattos Chaves, irá levar o documento a votação em alternativa ao da líder, Assunção Cristas.

CDS vai discutir oito moções de estratégia global em Lamego
Notícias ao Minuto

09:20 - 09/03/18 por Lusa

Política Congresso

O congresso centrista, que decorre no sábado e domingo, em Lamego, é eletivo da liderança, sendo condição necessária à apresentação de uma candidatura ser-se o primeiro subscritor de uma moção de estratégia global.

Entre os primeiros subscritores de moções de estratégia global, só Miguel Mattos Chaves assumiu, em comunicado, levar a moção a votos, tal como fez no último Congresso, em Gondomar.

Além da moção de Assunção Cristas, são primeiros subscritores de moções o antigo secretário-geral José Lino Ramos, o porta-voz da tendência Esperança em Movimento (TEM), Abel Matos Santos, Pedro Borges de Lemos, da tendência CDS XXI, o líder da distrital de Lisboa, João Gonçalves Pereira, o presidente da Juventude Popular, Francisco Rodrigues dos Santos, o presidente da Federação dos Trabalhadores Democratas-cristãos, Fernando Moura e Silva, e Miguel Mattos Chaves.

A prática tem ditado que a apresentação de moção de estratégia global não equivale automaticamente a uma candidatura à liderança, servindo para alguns subscritores levarem à discussão ideias e propostas.

No último Congresso, só Miguel Mattos Chaves não retirou a sua moção de estratégia global, que foi a votos em alternativa à de Assunção Cristas. A moção da líder recolheu 877 votos e a de Mattos Chaves 11 votos.

Questionados pela Lusa, nem Abel Matos Santos nem Pedro Borges de Lemos quiseram revelar se vão ou não levar a moção a votos, sendo que José Lino Ramos esclarece no próprio documento que a "a liderança não está em causa".

Borges de Lemos disse à Lusa que a sua tendência, CDS XXI, assume "uma posição disruptiva relativamente à direção", argumenta que a "matriz ideológica do partido está praticamente anulada na moção de Assunção Cristas", refletindo o "desnorte que é a gestão à vista" da liderança.

O advogado e militante de Lisboa tenciona apresentar uma lista ao Conselho Nacional, quanto a levar a moção a votos, está "em aberto": "Vai depender das circunstâncias do Congresso".

Na moção "CDS - Um passo à frente", Assunção Cristas defende que o grande desafio dos centristas é afirmarem-se como "o partido de todos", devendo disputar as eleições europeias e as legislativas em listas próprias.

"Este é o grande desafio do CDS: fiel aos seus princípios fundadores, retirar os rótulos que foram sendo colados injustamente ao nosso partido, e deixar que, de forma mais livre, sem preconceitos e pré-entendimentos, se possa olhar para o CDS de hoje pelas suas propostas e pelos seus protagonistas", argumenta.

A líder centrista afirma querer "um CDS que já não é visto como partido 'dos ricos', 'dos patrões' ou 'dos quadros', mas é o partido de todos, de todas as idades, homens e mulheres, rapazes e raparigas, que valorizam mais o trabalho, o mérito, as ideias, o afinco, a credibilidade, e, sobretudo, a imaginação, a força criativa e o entusiamo".

Na moção "Portugal, compromisso de gerações", o líder da distrital de Lisboa, João Gonçalves Pereira, propõe um "novo modelo de organização para o partido", com "três secretários executivos, que passavam a coordenar politicamente três grandes zonas geográficas", e três coordenadores autárquicos e existência três tipos de militante: militante ativo, que pagaria quotas, o militante simpatizante, ao qual não se exigiria pagamento de quotas, e o militante digital.

Essa militância digital estaria "assente nas redes sociais e comunidades digitais em diversas idades e contextos, com foco nas gerações "Milennial y/z" (nascidos entre 1990 e 2005) e seniores info-incluídos".

O antigo secretário-geral do CDS-PP José Lino Ramos propõe numa moção de estratégia global ao Congresso centrista a eleição direta da liderança, bem como a escolha pelas estruturas locais dos candidatos autárquicos e a deputados.

"É chegado o momento de se encontrar um modelo de participação direta dos militantes nas escolhas dos seus representantes nos vários órgãos políticos, de os militantes das estruturas locais escolherem diretamente os seus candidatos às autarquias, ao parlamento e aos vários níveis de representação política", defende Lino Ramos.

Na moção "O CDS somos todos nós", o antigo secretário-geral Lino Ramos defende que "é chegado o momento de a liderança e estratégia política que lhe está subjacente ser objeto de um amplo debate que envolva todos, mesmo os simpatizantes", sendo "depois sufragada pelo voto universal e direto de todos os militantes".

A eleição direta da liderança é uma proposta igualmente feita por Pedro Borges de Lemos na sua moção de estratégia global, enquanto Miguel Mattos Chaves defende a constituição no partido de um "governo sombra" com "porta-vozes sectoriais/ministeriais para cada pasta da governação".

A moção ao Congresso do CDS da tendência Esperança em Movimento defende a limitação de mandatos dos deputados à Assembleia da República, com os candidatos a serem escolhidos internamente pelos militantes.

No documento que tem como primeiro subscritor Abel Matos Santos, porta-voz da TEM, defende ainda uma "agenda de combate à corrupção", a reforma do sistema eleitoral, uma "auditoria cidadã" à dívida, reposição do serviço militar ou a restrição das "situações de divórcio por decisão unilateral de um dos cônjuges".

A Juventude Popular apresenta ao Congresso centrista uma moção em que defende voltar a eleger deputados nas listas do CDS, e propõe a criação de um "crédito estudantil universitário" e de um modelo de contrato laboral único.

A alteração do sistema eleitoral é uma das principais propostas da Federação dos Trabalhadores Democrata Cristãos (FTDC), com a redução do número de deputados, e os partidos a poderem apenas ser responsáveis pela eleição de dois terços dos parlamentares.

"A eleição deve ser nominal, um terço em Listas de âmbito nacional, um terço de âmbito regional, de acordo com as Áreas Metropolitanas e Comunidades Intermunicipais, e residentes naquele círculo" e um terço dos deputados deve sair da "sociedade civil independente, eleitos uninominalmente", defendem.

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