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Parlamento reaprecia hoje decreto com regras do financiamento partidário

O parlamento reaprecia hoje o diploma sobre o financiamento e fiscalização das contas partidárias, devendo aprovar alterações mínimas ao decreto vetado há dois meses pelo Presidente da República.

Parlamento reaprecia hoje decreto com regras do financiamento partidário
Notícias ao Minuto

06:38 - 02/03/18 por Lusa

Política Veto

O debate terá 92 minutos de duração e é o primeiro ponto da ordem do dia, às 10:00. As propostas de alteração vão ser votadas na especialidade em plenário. Caso seja aprovada alguma alteração, segue-se a votação final global do diploma, que carece de maioria absoluta.

Quase todos os partidos -- exceto o PCP e PEV -- apresentaram propostas de alteração a algumas normas, mas sem certezas quanto à sua aprovação. O CDS-PP e o PAN criticam as mudanças aprovadas às regras do financiamento partidário e propõem manter os limites para as iniciativas de angariações de fundos.

O veto foi decidido "com base na ausência de fundamentação publicamente escrutinável quanto à mudança introduzida no modo de financiamento dos partidos políticos", de acordo com a nota publicada na altura no site da Presidência.

Até quinta-feira à noite, apenas uma proposta, do PSD, para clarificar o âmbito de aplicação da lei -- que suscitou polémica - tinha a possibilidade de ser aprovada, com o PS e o PCP a admitirem votar a favor.

Trata-se de uma proposta para clarificar que a lei se aplica "aos processos novos e aos processos pendentes no Tribunal Constitucional à data da sua entrada em vigor", sem prejuízo da "validade dos atos praticados na vigência da lei anterior".

Com esta alteração, o PSD pretende afastar qualquer interpretação de que as novas normas sobre o financiamento partidário se aplicam a processos noutras instâncias que não no Tribunal Constitucional. O CDS-PP também tem uma proposta com o mesmo objetivo.

O diploma vetado altera a lei 19/2003 pondo fim ao limite que havia para as verbas obtidas através de angariações de fundos e alarga o direito ao reembolso do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) "à totalidade" das despesas com a atividade partidária.

A lei em vigor limita a devolução do IVA a despesas com a divulgação da mensagem política ou identidade do partido, formulação que permite diferentes interpretações por parte da autoridade tributária, segundo os proponentes.

Sobre a questão do reembolso do IVA, o PSD voltou atrás no consenso obtido em dezembro e, sob a liderança do novo presidente do partido, Rui Rio, decidiu propor a eliminação do artigo que alargava "à totalidade" da atividade partidária a isenção do IVA.

Já a proposta de alteração do PS mantém a devolução do IVA à totalidade da atividade partidária, mas exclui as despesas que se enquadrem em campanhas eleitorais. Esta proposta deverá merecer a aprovação do PCP e do PEV.

O CDS-PP propõe também a manutenção do limite legal às angariações de fundos e uma clarificação à norma do IVA visando fixar que os partidos só podem pedir a devolução do imposto das despesas partidárias para difundir a mensagem política.

O BE defende que os partidos possam pedir a devolução do IVA "suportado na totalidade de aquisições e transmissões de bens e serviços" para a "difusão da sua mensagem política ou identidade própria".

Procurando identificar quais as despesas elegíveis, o BE acrescenta despesas com a "construção, manutenção e conservação de imóveis destinados exclusivamente à sua atividade", argumentando que esse é o regime aplicado ao setor social.

Quanto às alterações ao modelo de fiscalização das contas, não foram apresentadas propostas. Segundo o diploma, a Entidade das Contas e Financiamentos Políticos passa a ter a competência para analisar os processos e aplicar eventuais coimas, cabendo recurso, com efeitos suspensivos, para o Tribunal Constitucional.

Caso o diploma, com alterações, seja aprovado em votação final global, os partidos podem usar, a título de cedência, as instalações municipais e outras para as suas atividades.

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