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Na hora da mudança, Rio não estará sozinho e Passos será um "soldado"

Passos Coelho deu lugar a Rui Rio no 37.º Congresso do PSD e ambos discursaram na abertura.

Na hora da mudança, Rio não estará sozinho e Passos será um "soldado"
Notícias ao Minuto

00:07 - 17/02/18 por Inês André de Figueiredo

Política Congresso do PSD

No último dia como presidente do partido, Passos Coelho chegou momentos antes de Rui Rio à sala onde já estavam reunidas centenas de militantes ‘laranja’, foi ovacionado de pé, seguiram-se cumprimentos, sorrisos e abraços. Mas momentos depois o seu sucessor por uma porta lateral, sorridente e acompanhado pelo adversário nas diretas, Pedro Santana Lopes.

Sentaram-se lado a lado, na primeira fila. Passos, Rio e Santana. Os rostos que representam o antes e o depois da mudança estavam de olhos postos no palco repleto de laranja, à espera que as boas-vindas de Pedro Ribeiro, da distrital de Lisboa, desse início ao Congresso.

E assim foi. O discurso de despedida de Passos Coelho, a par com o primeiro discurso de Rui Rio enquanto presidente do partido, eram os momentos mais esperados da primeira noite do 37.º Congresso Nacional do PSD. A ‘passagem de testemunho’ aconteceu, com a promessa de que Passos será mais um soldado no PSD liderado por Rio. “Boa sorte” e um abraço no meio de milhares de aplausos fortes, numa altura em que o PSD inicia um novo rumo.

Notícias ao MinutoPassos, Rio e Santana sentaram-se juntos na primeira fila© Global Imagens

Ambos os discursos tiveram espaço para críticas duras à governação de António Costa e à ‘Geringonça’, principalmente aos partidos que apoiam o Governo, mas também houve acusações de “propagação” por parte de Passos e “demagogia e populismo” nas palavras de Rio.

Passos Coelho preferiu falar sobre o futuro, e deixar (apenas) curtas palavras sobre passado, essencialmente enumerando momentos relevantes da governação: “Tirámos o país da quase bancarrota em que os socialistas o deixarem, restaurámos a credibilidade externa, conseguimos recuperar o crescimento da economia e do emprego, fizemo-lo numa altura particularmente exigente, sem agravar as desigualdades. Fizemos um caminho que nos permitiu, com o CDS, dar estabilidade e confiança ao país”.

Mas o PSD tem “um espaço próprio na sociedade portuguesa” e é esse que, segundo o agora ex-líder, deve voltar a ser conquistado. “Não fazemos por ser desagradáveis mas não precisamos de agradar para fazer aquilo que achamos que é certo”, assegurou o social-democrata.

O ex-primeiro-ministro ressalva ainda que “é da propaganda que vive este Governo, mas essa propaganda não incomoda o Bloco, nem o PCP, nem 'Os Verdes', nem o PS”. “A propaganda, a ambiguidade, a duplicidade das mensagens são de um modo geral a marca de água desta solução de Governo”, acrescenta.

Mas a união faz a força e é assim que Passos quer ver o seu partido, o que o levou a uma despedida emotiva. “Contribuirei como um soldado para que os resultados sejam os que todos ambicionamos", despediu-se Pedro Passos Coelho.

E seguiu-se Rui Rio. No meio dos discursos o abraço de Passos e a transição oficial dentro do partido. As palavras do novo presidente do PSD focaram-se na união, na alternativa à ‘Geringonça’, no combate à demagogia e populismo, na reforma do sistema político e judicial, mas não esqueceu o agradecimento a Passos e ao seu adversário de urnas, Pedro Santana Lopes, que acabou mesmo por se emocionar.

Foram duas as evocações a Sá Carneiro, uma logo no início do discurso onde enalteceu a ideia de que Portugal estará sempre em primeiro e que é necessário honrar “princípios, valores e coerência”.

Mas cedo veio o presente do país, a governação de Costa com apoio da Esquerda parlamentar, e a necessidade de “resistir ao discurso fácil”. “É isto que nos distingue dos governos que procuram olhar para o presente e menos para a construção solida e segura. O Governo que não aproveita um ciclo económico positivo é um governo que governa mal. Governa mal mesmo quando pode parecer que governa bem”, assegura o novo presidente do partido.

Mas a esperança parece fazer parte do discurso do PSD e a vitória nas eleições é um dos principais objetivos. “A hora não é de deitar a toalha ao chão. A hora é de agir. O desafio pela frente é conseguir que o PSD seja o primeiro a erguer-se. O nosso desafio é fazer do PSD um partido que percebe o que os portugueses querem, e voltar a dar corpo ao epíteto que conquistou: o de que melhor representa a sociedade portuguesa no seu todo”.

E a ideia de Bloco Central também parece ter caído por terra. “Uma coisa é estarmos disponíveis para dialogar democraticamente na busca de soluções para graves problemas nacionais. Outras coisa é estarmos disponíveis para nos subordinarmos aos interesses dos outros. O PSD só está subordinado a um interesse: ao interesse de Portugal” e à necessidade de vencer eleições.

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