Passos quer "transição com naturalidade", mas Rio vê "alguma turbulência"
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, desejou hoje que a transição para a nova liderança se possa fazer "com naturalidade", tal como Rui Rio, embora o líder eleito considere que existe "alguma turbulência".
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Política PSD
Pedro Passos Coelho e Rui Rio estiveram hoje reunidos durante mais de hora e meia na sede nacional do PSD, em Lisboa, e no final fizeram breves declarações aos jornalistas no pátio, lado a lado, mas escusaram-se a detalhar os temas discutidos no encontro.
Sobre a liderança parlamentar, Rui Rio afirmou que a conversa com Hugo Soares ainda não está marcada mas disse acreditar que decorrerá "com frontalidade, sem hipocrisia e com sinceridade de parte a parte".
Questionado se tem sentido unidade, desde que foi eleito no sábado com 54,1% dos votos, Rui Rio respondeu: "Alguma turbulência mas a gente vai resolver essa pequena turbulência, não sei se a turbulência é real ou é mais na comunicação social", afirmou.
Depois de prestarem breves declarações aos jornalistas, Passos Coelho deixou a sede do partido para ir à Assembleia da República, enquanto Rui Rio voltou a entrar no edifício, acompanhado do deputado Feliciano Barreiras Duarte -- antigo chefe de gabinete do ainda presidente do PSD -- e da assessora de imprensa.
Instado a concretizar a que se referia quando falou em turbulência, Rui Rio não acrescentou mais nada.
"A primeira conversa que se impunha numa transição suave era justamente com o líder do partido", afirmou Rui Rio, salientando que Passos Coelho exerce essas funções até ao Congresso do PSD, que se realiza entre 16 e 18 de fevereiro em Lisboa.
Sobre a articulação com a bancada parlamentar, Rio apontou que será a próxima etapa, mas sem adiantar datas para se reunir com Hugo Soares e escusando-se a qualificar esta matéria como o seu primeiro desafio no partido.
"É uma das muitas questões que têm de ser resolvidas. Se ainda não falei [com o líder parlamentar], como é que pode estar resolvida? Vai ser resolvido com serenidade, com frontalidade, sem hipocrisia mas com sinceridade de parte a parte", assegurou.
Rui Rio garantiu que ainda não começou a fazer convites para os órgãos nacionais do partido e afastou especulações sobre esse tema.
"Nem eu sou fonte próxima de mim próprio porque ainda não comecei a pensar", disse.
Questionado se ainda conhecia "os cantos à casa", de quando foi secretário-geral do PSD entre 1996 e 1997, Rio respondeu afirmativamente.
"A casa é igual, tem mobiliário diferente, mas conheço a casa e as pessoas", disse.
Antes, Passos Coelho afirmou que teve oportunidade de "reconfirmar os parabéns" que já tinha dirigido ao líder eleito.
"Sendo certo que só a partir do congresso entra em funções, na verdade não podemos ignorar que já foi eleito e que há matérias que carecem de alguma articulação (...) Entendo que é meu dever, havendo um líder eleito, ouvi-lo em alguns aspetos que considero mais relevantes", explicou.
O ainda presidente do PSD assegurou que a conversa entre os dois "correu muitíssimo bem" e disse ter a certeza de que a transição de líderes no partido "se fará com muita naturalidade, com muita responsabilidade".
"O doutor Rui Rio a partir do congresso terá oportunidade como líder do PSD de encetar um ciclo novo na vida do partido (...) Só quero desejar-lhe as maiores felicidades porque tudo o que correr bem à frente do PSD, correrá bem ao país e aos portugueses", defendeu.
Questionado sobre a continuidade ou não da atual liderança parlamentar, Passos Coelho escusou-se a responder.
"Não vou entrar em nenhum detalhe sobre matérias que, ou não me dizem respeito ou vêm fora de tempo, terão desenvolvimentos ulteriores", disse.
Rio chegou à sede do PSD pelas 14:55, cinco minutos antes da hora marcada pelo encontro, e foi recebido por Passos Coelho à entrada do edifício.
"Bem-vindo", desejou Passos.
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