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Salários de assessores e secretários em Lisboa? "Abusos incomodam-me"

Joaquim Jorge, fundador do Clube dos Pensadores, abordou a questão dos salários dos assessores e secretários da autarquia.

Salários de assessores e secretários em Lisboa? "Abusos incomodam-me"
Notícias ao Minuto

10:50 - 04/12/17 por Inês André de Figueiredo

Política Joaquim Jorge

Joaquim Jorge abordou o tema dos salários dos assessores e secretários dos deputados da autarquia de Lisboa, depois de uma notícia avançada pelo jornal Sol, referindo que, na sua opinião, se trata de “uma desfaçatez e de um exagero”. “A nossa democracia não tem limites”, atira o fundador do Clube dos Pensadores num texto de opinião escrito para o Notícias ao Minuto.

Contas feitas, e depois de a proposta de apoio técnico aos grupos políticos com assento na Assembleia Municipal ter sido aprovada por unanimidade, o biólogo recorda que “durante este mandato, em salários para assessores dos deputados municipais, são gastos 66.419,25 euros a que se somam 14.573 euros com remunerações mensais para secretárias. Significa isto que só em despesas com salários para apoio técnico são gastos todos os meses 80.992,25 euros. No final do ano, a fatura sobe para 971.907 euros (contabilizando 12 meses)”.

“Fora destas contas estão todos os salários com secretárias e assessores do presidente da Assembleia Municipal e dos dois secretários. Com estes são gastos mais 20.615 euros mensais”, acrescenta.

Nesta senda, Joaquim Jorge entende que há uma “total ausência de decoro”, frisando mesmo que “a ideia do limite desapareceu”. “O princípio moral que nos rege é: ‘tudo é possível’ e ‘vale tudo’”.

“Estes abusos e gastos supérfluos incomodam-me. A democracia está em crise: simulam-nos que há democracia e que nós cidadãos é que elegemos os nossos representantes, mas penso que não. Se houvesse uma lei de partidos que estabelecesse regras de nomeações e transparência controlados, haveria menos descrédito da política e dos políticos”, faz notar o biólogo.

Esta ideia faz Joaquim Jorge pensar que, “infelizmente os partidos cada vez menos representam as pessoas”.

“Pergunto a mim mesmo? Como é possível nada se fazer para que isto não aconteça num país com tantas carências e necessidades! Porque temos de pagar este apoio técnico aos grupos políticos com assento na Assembleia Municipal? Era preciso gastar tanto dinheiro?”, questiona no artigo de opinião.

Por outro lado, Joaquim Jorge pergunta ainda “quem controla estes gastos?” e ele próprio responde: “são eles próprios que se controlam" a si mesmos. "O que não deveria ser possível”.

“Uma vergonha, uma imoralidade, uma ignomínia, um aviltamento e consequente falta de  pudor, decoro e decência”, conclui.

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