POUPANÇA NO MINUTO
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“Violar contratos é perigoso” quando se quer captar investimento lá fora
A polémica em torno da taxa das renováveis aumentou a tensão entre Bloco e o Governo. Manuela Ferreira Leite diz que a única solução para este caso “é jurídica e deve ser negociada”.
© Global Imagens
Política Ferreira Leite
O Bloco tinha proposto uma taxa para as empresas de energias renováveis para este Orçamento do Estado e o PS mostrou-se recetivo à ideia, mas voltou atrás antes de aprovar o Orçamento. Um volte face que provocou mal-estar entre bloquistas e socialistas.
Mas Manuela Ferreira Leite considera que se tivesse sido aprovada a proposta do Bloco, o Governo teria de violar contratos, principalmente com empresas estrangeiras.
“Estamos a lidar com uma violação de um contrato que seria feito praticamente com estrangeiros, onde os portugueses contam pouco. A própria EDP conta pouco por este motivo. Se me pergunta se as rendas são excessivas ou se devem ser taxadas, aceito que sejam excessivas. Que se não fossem excessivas e que permitissem baixar o preço da eletricidade e que nós todos gostaríamos de pagar menos, também lhe digo que sim. Mas se existe uma ideia que está errada e que seja suscetível de ser alterada, não é através do sistema fiscal”, realçou a social-democrata.
“O sistema fiscal é um instrumento público para se intervir em determinado tipo de setores e é evidente que o Bloco de Esquerda acha que não pode intervir de forma nenhuma, então tenta intervir através de um imposto. Esquecendo-se que isso pode ser pernicioso para o país”, acrescentou Ferreira Leite, que lembra a importância do investimento estrangeiro para o país.
“A ideia que violamos contratos através de medidas de um Governo que se lembra durante a noite de pensar ‘amanhã lançamos-lhe um imposto e ele fica metida na ordem’, é algo de extremamente perigoso num país que está a tentar captar investimento estrangeiro”.
Para Manuela Ferreira Leite só há uma solução para alterar as rendas excessivas. “A solução é jurídica e deve ser negociada”.
A antiga ministra das Finanças deixou ainda crítica ao Bloco. “Não gosto de ver o Governo manipulado pelo Bloco de Esquerda porque o Bloco não defende os interesses do país. O Bloco defende o seu calendário eleitoral e a sua guerra com o PCP para ver quem mais depressa levanta a bandeira”.
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