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Pedro Nuno Santos elogia Marcelo e recusa comparar Governo ao de Sócrates

O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares nega qualquer melindre com o Presidente da República após os incêndios e remete para quando tiver 70 anos as suas comparações entre os governos de Sócrates e Costa.

Pedro Nuno Santos elogia Marcelo e recusa comparar Governo ao de Sócrates
Notícias ao Minuto

08:24 - 24/11/17 por Lusa

Política Entrevista

Em entrevista à agência Lusa, Pedro Nuno Santos rejeita totalmente a crítica de que o Governo socialista, particularmente o primeiro-ministro, António Costa, tenha revelado insensibilidade após "as duas catástrofes duríssimas dos incêndios que o país viveu, que penalizaram em primeiro lugar as vítimas diretas, mas também o povo português como um todo".

"O Governo encarou o assunto com muita seriedade. Foi constituída uma Comissão Técnica Independente que produziu resultados, nós assumimos as conclusões dessa comissão e temos hoje, neste Orçamento para 2018, um pacote que totaliza 693 milhões de euros que vai dar resposta aos mais diversos trabalhos de reconstrução, mas também aos objetivos de prevenção e de combate aos incêndios, e à capacitação das instituições", sustenta.

Neste ponto relativo aos incêndios, Pedro Nuno Santos adverte que "o Governo, enquanto órgão executivo, tem uma tarefa muito dura e muito difícil, mas é uma tarefa que está a cumprir com sucesso", porque "a reconstrução está avançar muito bem, com rapidez".

O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares recusa-se, no entanto, a confirmar a ideia de que o Governo terá ficado "chocado" com o teor da última comunicação ao país do Presidente da República na sequência dos incêndios de outubro, em que Marcelo Rebelo de Sousa deixou várias críticas e advertências ao executivo socialista.

"Temos uma boa relação com o Presidente da República - e essa relação é para manter. O Presidente da República e o Governo têm cada um o seu quadro de competências. Presidente da República e Governo cooperam muito e bem", sustenta.

Pedro Nuno Santos vai mesmo mais longe na intenção de afastar qualquer crise institucional.

"Não ouvirá uma única palavra de descontentamento, até porque acho - e acho isso mesmo - que o Presidente da República teve um papel muito importante na pacificação do país e na construção de uma relação entre o poder político e o cidadão que há muito faltava em Portugal. Não há qualquer problema ou melindre com o Presidente da República. Pelo contrário, há o reconhecimento de que tem sido feito um trabalho muito importante na conciliação dos portugueses com as instituições políticas", advoga.

Interrogado se, enquanto dirigente do PS, está disponível para apoiar uma recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência da República, o líder socialista da Federação de Aveiro reage de imediato: "Essa questão não se coloca neste momento".

"Estamos ainda em 2017 e não vou antecipar conclusões sobre 2021", argumenta.

Pedro Nuno Santos recusa-se também a fazer comparações sobre qual o Governo que considera ter maior ímpeto reformista, se o primeiro de José Sócrates, de maioria absoluta do PS (2005/2009), se o atual executivo minoritário socialista liderado por António Costa.

"Não vou fazer a comparação entre governos do PS. Deixem-me fazê-la quando eu tiver 70 anos. Não vou discutir um Governo que terminou em 2011. Farei um dia essa avaliação. Agora estou focado no meu Governo", alegou.

Neste ponto, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares apenas arrisca adiantar que "o PS fez trabalho importante em diversos governos com diferentes primeiros-ministros".

Pedro Nuno Santos preferiu antes desenvolver a questão ideológica relacionada com as diferentes conceções em torno da palavra reforma, introduzindo aqui uma linha de demarcação entre a esquerda e a direita.

"É falso que este Governo não faça reformas. Quando se fala em reformas, muitas vezes está a falar-se antes em privatizar, liberalizar e desregulamentar. Por essa conceção entende-se que a reforma tem de causar danos", diz.

Ora, segundo Pedro Nuno Santos, "acontece que o PS tem uma conceção diferente de reforma em relação à Direita".

"Neste Orçamento para 2018 começámos a fazer numa reforma importantíssima na Segurança Social, num contexto de evolução tecnológica, em que há empresas de capital intensivo, com poucos trabalhadores, mas muito rentáveis. Temos uma medida que prevê que dois pontos percentuais do IRC sejam agora canalizados para o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social", aponta.

Pedro Nuno Santos frisa depois que, com a concretização dessa medida, "não serão apenas as empresas de mão-de-obra intensiva as penalizadas no financiamento da Segurança Social".

"Na legislação laboral não queremos fazer mais do que já está feito. A legislação laboral existe para se proteger a parte fraca de uma relação laboral. Mas Direita está-se marimbando para a parte fraca da relação laboral", critica.

Ainda segundo o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, no Orçamento para 2018, o Governo prevê "mais 25 unidades de saúde familiares, ou mais 600 camas para as unidades de cuidados continuados".

"Isso para nós chama-se reformar o Serviço Nacional de Saúde. Quando dizemos que queremos que o pré-escolar chegue a todo o território nacional, estamos a dizer que queremos uma reforma da educação", acrescenta.

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