O primeiro-ministro revelou que nem os professores nem os restantes funcionários públicos terão, em 2018, a reposição salarial do tempo de serviço que esteve congelado.

Em declarações aos jornalistas a partir de Gotemburgo, na Suécia, António Costa disse que na reivindicação dos professores se confundiram duas questões: o descongelamento das carreiras e o tempo de serviço congelado.

“Acho que se confundiram duas questões. Aquilo que está em debate no Orçamento do Estado é o cumprimento de um compromisso que assumimos de pôr fim ao congelamento das carreiras, de todas as carreiras da administração pública, pegar no cronómetro que está parado há vários anos e pô-lo a funcionar. Isso está proposto no Orçamento do Estado e vai permitir a muitos funcionários do Estado, nas diferentes carreiras, poderem já progredir em 2018”, começou por explicar.

Já o tempo de serviço congelado ou, nas palavras de Costa, o “tempo onde o cronómetro esteve parado”, é “outro tema distinto”. “Esta é uma discussão nova, muito difícil pelo seu impacto financeiro, que requer tempo e discussão e que não é compatível para este Orçamento de Estado de 2018, nem há condições financeiras para lhe dar resposta”, rematou.

Uma das reivindicações dos sindicatos de professores é que a reposição salarial do tempo de serviço congelado seja feito ainda durante esta legislatura. António Costa reforça que o Governo está aberto ao diálogo, mas com “responsabilidade para garantir a irreversibilidade das mudanças que têm sido feitas”.

Já relativamente ao descongelamento das carreiras dos professores avançam já em 2018 e quase 50% será abrangido já próximo ano.

Candidatura de Centeno ao Eurogrupo? “Quando ela existir, será apresentada”

Antes de abordar o tempo de serviço e descongelamento das carreiras na Função Pública, o primeiro-ministro falou ainda sobre a candidatura do Porto para sede da Agência do Medicamento, bem como uma possível candidatura de Mário Centeno à presidência do Eurogrupo.

António Costa disse que “nenhum dos temas esteve na agenda”, no entanto reconheceu que, nestes encontros, “há sempre” contactos paralelos entre os países.

Depois de manifestar o desejo de que o Porto venha a receber a sede da Agência do Medicamento, o primeiro-ministro não desmentiu a possibilidade de Mário Centeno poder concorrer à presidência do grupo que reúne os ministros das Finanças da zona euro. “Temos até dia 30 para tomar uma decisão”, disse. “Neste momento, não vale a pena fazermos especulação sobre uma candidatura que ainda não existe. Quando ela existir, será apresentada”.