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"O PSD precisa de se salvar. De criar pontes em vez de paredes"
Joaquim Jorge, fundador do Clube dos Pensadores, analisa as eleições internas do PSD e o futuro do partido. "Eleições internas não devem ser pessoalizadas. PSD precisa de pontes" não de "paredes"
© Joaquim Jorge
Política Joaquim Jorge
Ainda a aguardar resposta ao convite para um frente-a-frente entre os candidatos à liderança do PSD, o fundador do Clube dos Pensadores (CdP), analisa a campanha interna e o futuro do partido, num texto enviado à redação do Notícias ao Minuto.
“A campanha interna do PSD subiu a escalada verbal. As eleições internas não devem ser pessoalizadas, não se deve fugir do que está em causa: discutir qual o líder que melhor pode servir o PSD; o melhor candidato para um confronto com António Costa nas legislativas de 2019”, refere o biólogo.
Para Joaquim Jorge tudo começou com a apresentação da candidatura de Santana Lopes, onde este terá visado “de forma implícita o comportamento de Rui Rio”, referindo que quando Passos Coelho estava no Governo, o antigo autarca do Porto terá aceitado um convite para participar num almoço na Associação 25 de abril.
Outro dos visados no discurso terá sido Pacheco Pereira “que esteve na Aula Magna de Lisboa numa sessão promovida por Mário Soares contra o Governo”, bem como António Capucho que esteve na Fundação Mário Soares e que apoiou o PS nas últimas eleições europeias.
“Pacheco Pereira quando Santana Lopes foi candidato à Câmara Municipal de Lisboa disse que iria mudar o seu local de residência para Santarém para não ter que votar em Santana Lopes”, recorda Joaquim Jorge, referindo que Santana Lopes já demonstrou divergências dentro do partido, mas que “nunca o fez da forma que outros fizeram e, principalmente, é vítima dessa retórica”.
Apesar disso, e na opinião do fundador do CdP, “ninguém está isento de culpas e responsabilidades”, pois “toda a gente sabe que o PSD sempre teve facções e ódios de estimação”, mas neste momento, sublinha, o PSD precisa de criar “pontes em vez de paredes”.
Por isso, Joaquim Jorge considera que os candidatos às eleições internas do partido precisam de “deixar de falar entre si” e falar "mais para os militantes e os portugueses". O biólogo defende ainda que o PSD necessita de ser modernizado e de restaurar a confiança de forma a perder “o rótulo de partido da austeridade”, só assim, conclui, poderá aspirar voltar ao poder.
Se o PSD tem por um lado "um problema de aceitação: aceitação entre si e dos portugueses", por outro lado tem um problema de "actualização interna e na forma de fazer política e comunicar". O maior partido da oposição precisa, por isso, "de se salvar".
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