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Incêndios são “pesada fatura” de “política de Direita”, diz PCP
PCP considera que “interesses nacionais” não podem ser condicionados por pressões externas e pede que se “apliquem todos os mecanismos da lei de apoio às vítimas” dos incêndios.
© Global Imagens
Política João Frazão
O PCP foi contido na reação às medidas apresentadas ontem pelo Governo para a reforma dos sistemas de prevenção e combate aos incêndios e para o apoio às vítimas, recordando a “pesada fatura” de “décadas de política de Direita”.
Em declarações aos jornalistas, João Frazão, membro do comité central do PCP, exigiu que os interesses nacionais se sobreponham a imposições externas, nomeadamente da União Europeia.
“A gravidade da situação impõe que os interesses nacionais se sobreponham a quaisquer critérios orçamentais ou objetivos de político macroeconómica, que, ditados por imposições externas ou assumidos por opção do atual Governo, neguem as perspetivas de desenvolvimento nacional e o direito à segurança e tranquilidade do povo português”, começou por dizer João Frazão.
De seguida, apontou o dedo às políticas florestais dos últimos anos, considerando que “a dramática situação vivida este ano com a dimensão trágica e brutal dos incêndios florestais é consequência de décadas de política de Direita do PS, do PSD e do CDS”.
A “desertificação económica e humana de vários territórios, a liquidação de milhares de explorações agroflorestais, a falta de rentabilidade económica e a desenfreada expansão do eucalipto” são algumas das causas que, enumera o PCP, estão na origem dos incêndios florestais, que são a “pesada fatura dessas políticas”.
Relativamente às medidas anunciadas ontem pelo Governo, João Frazão assinalou a importância da indemnização das vítimas e dos apoios do Estado, mas criticou o PS por não ter ido” mais longe” depois da tragédia de Pedrógão Grande. Por isso, pede que “se apliquem todos os mecanismos da lei de apoio às vítimas”.
“Em matéria de medidas imediatas, não obstante as decisões tomadas que visam assegurar a indemnização das vítimas, bem como os apoios nas áreas de habitação e do emprego, o PCP considera necessário que se apliquem todos os mecanismos da lei de apoio às vítimas, aprovadas apenas na generalidade em julho pela recusa do PS em ir mais longe”, concretizou.
Por esse motivo, avisou que "não será à custa de direitos e rendimentos que esses meios deverão ser alcançados". pelo que é fundamental "um verdadeiro orçamento para a defesa das florestas e contra os incêndios, com verbas muito reforçadas".
Por fim, João Frazão considerou ainda “indispensável que o Governo decida transferir, para os municípios e para as corporações de bombeiros, todas as verbas em atraso”.
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