Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 12º MÁX 17º

PSD culpa Câmara por "erro primitivo" no concurso da Segunda Circular

O grupo municipal do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa culpou hoje a maioria socialista no executivo pelos problemas no concurso de requalificação da Segunda Circular, por ter feito "um erro primitivo" no caderno de encargos.

PSD culpa Câmara por "erro primitivo" no concurso da Segunda Circular
Notícias ao Minuto

18:23 - 24/07/17 por Lusa

Política Lisboa

"A culpa é da Câmara, que lançou um concurso estipulando um determinado produto [para o pavimento] e depois não admitiu variantes", disse a deputada municipal social-democrata Margarida Saavedra.

Falando numa reunião conjunta das comissões municipais de Urbanismo, Obras Municipais e Mobilidade, que decorreu no Fórum Lisboa, a autarca frisou que, "se o caderno de encargos estivesse bem formulado quanto ao fornecimento desse produto, o projetista não tinha nada a ver" e não haveria suspeitas de intromissão na concorrência.

"Como é que uma Câmara, que está habituada a fazer concursos públicos, cai num erro tão primário e tão primitivo como este?", questionou Margarida Saavedra, vincando que a escolha do produto "fez com que o concurso acabasse assim".

Em setembro do ano passado, a Câmara de Lisboa anulou o concurso da Segunda Circular e abriu um inquérito para averiguar eventuais conflitos de interesses, detetados pelo júri do procedimento, por parte de um projetista que também comercializa a mistura betuminosa que iria ser usada no piso (RAR).

Entretanto, a auditoria interna -- agora concluída -- admitiu que o projetista poderá ter prejudicado as empresas concorrentes devido à forma como prestou esclarecimentos, tendo sempre como referência esse produto que comercializa.

Esta conclusão levou o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), a divulgar que iria pedir ao Ministério Público para analisar o concurso da Segunda Circular.

Questionada pela Lusa, a Procuradoria-Geral da República (PGR) informou estar a investigar o caso, mas devido a uma queixa dos vereadores do PSD e do CDS-PP na autarquia feita em outubro de 2016.

Também intervindo na reunião de hoje, o líder da bancada do BE, Ricardo Robles, manifestou uma opinião diferente da social-democrata Margarida Saavedra, considerando que "é correto [a Câmara] não permitir alternativas" ao produto para o piso.

Exemplificando que, em concursos relativos a iluminação pública, a autarquia poderia ter imposto lâmpadas LED, o bloquista afirmou que isso é "legítimo", uma vez que estipularia o produto, mas não a marca nem a empresa que o fornece.

Ainda assim, notou que o concurso da Segunda Circular "merecia uma investigação" e condenou o facto de o projetista não ter sido ouvido pela Assembleia Municipal.

As comissões municipais de Urbanismo, Obras Municipais e Mobilidade ouviram antes os vereadores Manuel Salgado e João Paulo Saraiva e o presidente da Câmara, Fernando Medina.

Coube ao deputado socialista Miguel Gama fazer um relatório (que foi aprovado pela maioria dos deputados na reunião) sobre este processo, no qual concluiu que o júri do procedimento "tinha razão" ao sugerir o cancelamento da empreitada.

Também em defesa da maioria socialista, os deputados Rui Paulo Figueiredo (PS) e Miguel Graça (independente eleito nas listas do PS) sustentaram que a Câmara "agiu bem" e defendeu o interesse público.

Já o deputado Vasco Santos, do MPT, referiu que "todo este processo termina sem as clarificações necessárias".

Orçada em mais de 10 milhões de euros, a empreitada visava melhorar a fluidez do tráfego e conferir mais segurança à Segunda Circular, umas das principais vias da cidade.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório