"Incitamento ao ódio e ao racismo em Portugal não pode passar em branco"
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, considerou hoje que o incitamento ao ódio não pode passar em branco, referindo-se às declarações do candidato do PSD e PPM à Câmara Municipal de Loures sobre a comunidade cigana.
© Global Imagens
Política Catarina Martins
"O Bloco de Esquerda já fez o que tinha a fazer sobre esta matéria. Nós achamos que o incitamento ao ódio e ao racismo em Portugal não pode passar em branco. Aliás, a lei não o permite. E o nosso candidato a Loures, Fabian Figueiredo, hoje mesmo deu declarações a toda a comunicação social sobre esta matéria", salientou.
Catarina Martins falava, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita ao campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, na ilha Terceira.
Também hoje à tarde, numa conferência de imprensa em Lisboa, o cabeça-de-lista do BE em Loures apelou ao presidente do PSD para que "deixe cair" o apoio ao candidato André Ventura e interpelou a CDU e o PS para que recusem acordos de governação autárquica com os sociais-democratas.
Numa entrevista ao jornal i, publicada na segunda-feira, o então candidato da coligação PSD/CDS-PP/PPM à Câmara Municipal de Loures, André Ventura, afirmou que há pessoas que "vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado" e que acham "que estão acima das regras do Estado de direito", considerando que tal acontece particularmente com a etnia cigana.
Na quinta-feira, o candidato já tinha falado sobre uma alegada "excessiva tolerância com alguns grupos e minorias étnicas", numa entrevista ao portal Notícias ao Minuto.
Fabian Figueiredo, que já tinha apresentado uma queixa à Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial, por "declarações contra as minorias étnicas", apresentou na segunda-feira uma queixa-crime ao Ministério Público e à Ordem dos Advogados.
Já hoje, o CDS-PP anunciou que vai seguir "um caminho próprio" nas eleições autárquicas em Loures, abandonando a coligação com o PSD, encabeçada por André Ventura, e expressou "profundo incómodo" pela forma como o candidato se referiu à comunidade cigana.
Uma fonte da direção do PSD disse à Lusa que o partido mantém o apoio ao candidato e lamentou que o CDS não o fizesse.
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