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Jerónimo de Sousa critica "varinha mágica" da 'Reforma da Floresta'

O secretário-geral comunista afirmou-se hoje contra "mais estudos, inquéritos e legislação avulsa" sobre floresta e fogos, classificando como "um logro" considerar-se que a "chamada Reforma da Floresta é a varinha mágica" para resolver problemas.

Jerónimo de Sousa critica "varinha mágica" da 'Reforma da Floresta'
Notícias ao Minuto

22:36 - 22/06/17 por Lusa

Política PCP

Jerónimo de Sousa discursava num jantar de apoio à candidatura autárquica de Oeiras da Coligação Democrática Unitária (CDU), encabeçada pela líder parlamentar de "Os Verdes", Heloísa Apolónia, num restaurante de Barcarena. A CDU junta PCP, PEV, Associação Intervenção Democrática e cidadãos independentes.

"É uma ilusão, é mesmo um logro, afirmar que a aprovação da chamada Reforma da Floresta é a varinha mágica para tapar o essencial: a falta de investimento, as políticas de restrição orçamental, o desmantelamento das estruturas e serviços do Ministério da Agricultura, a desvalorização do preço da madeira. Só atacando a fundo as vulnerabilidades estruturais se encontrará a resposta que, como temos afirmado, a Reforma da Floresta não dá", disse.

Para o líder comunista, "o que tem faltado é a concretização de políticas que assegurem a defesa da floresta e que acabem com a sua subordinação da sua gestão aos interesses económicos" e "os investimentos para o seu ordenamento, preservação e defesa", pois "os problemas da floresta não são explicáveis por desleixo dos habitantes, mas sim por décadas de abandono, desertificação e despovoamento".

"Muito se tem falado e muito se continuará a falar sobre a tragédia a que o País assistiu nestes últimos dias com os fogos florestais. Se muito do que temos insistido ao longo de anos, sem ser ouvidos, fosse tido em conta, provavelmente a dimensão da catástrofe tivesse sido evitada. Não é de mais estudos, mais inquéritos e mais legislação avulsa de recomendaçãaos resoluções que o País precisa", defendeu.

O primeiro-ministro, o socialista António Costa, assegurou hoje haver do Governo "total abertura" para colaborar em "qualquer proposta de comissão técnica independente" criada pelo parlamento sobre a tragédia recente em Pedrógão Grande, como foi proposto pelo PSD, após a reunião do Conselho de Ministros.

O líder do PS defendeu estar na altura para ser feita a "reforma há muito adiada da floresta", mas ressalvou que não produzirá resultados "num mês, num ano ou em dois anos", referindo-se a diversos decretos-lei e propostas de lei sobre o assunto já aprovados ou em apreciação pela Assembleia da República.

"O PCP não sairá da primeira linha dos que exigirão que seja dada resposta imediata aos que perderam pessoas, bens e economias. Como não deixará de contribuir para atacar as causas mais fundas do problema, encontrar respostas de curto prazo, exigir que entre comissões de inquérito e polémicas estéreis se fuja ao que tem de ser feito e há décadas não é feito", garantiu Jerónimo de Sousa.

Jerónimo de Sousa citou ainda um "exemplo concreto" - o dos "serviços de proteção da floresta", onde está identificada a necessidade de "mais 200 operacionais".

"E ouvimos o ministro [da Agricultura, Desenvolvimento Regional e Florestas, Capoulas Santos] dizer que já tem 20 (...), então e os outros? Como dizíamos lá na fábrica: 'o papel aguenta tudo o que se queira lá por, mas o importante é concretizar'", ironizou.

Dois grandes incêndios deflagraram no sábado na região Centro e obrigaram à mobilização de mais de um milhar de operacionais, consumindo um total de cerca de 50 mil hectares de floresta e obrigando à evacuação de dezenas de aldeias.

O fogo que deflagrou em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, alastrou-se a Figueiró dos Vinhos e a Castanheira de Pera, fazendo 64 mortos e mais de 200 feridos.

As chamas chegaram ainda aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra, mas o fogo foi dado como dominado na quarta-feira à tarde.

O incêndio que teve início no concelho de Góis, no distrito de Coimbra, atingiu também Arganil e Pampilhosa da Serra, sem fazer vítimas mortais. Ficou dominado na manhã de quinta-feira.

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