Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
17º
MIN 12º MÁX 17º

Jerónimo aconselha "cautela e caldos de galinha" a António Costa

O secretário-geral do PCP aconselhou hoje cuidado, "cautela e caldos de galinha" ao primeiro-ministro, face aos dados económicos positivos e às recomendações de Bruxelas, enquanto António Costa prometeu ir "lutando" para mudar a Europa.

Jerónimo aconselha "cautela e caldos de galinha" a António Costa
Notícias ao Minuto

18:21 - 23/05/17 por Lusa

Política Parlamento

No debate parlamentar quinzenal, Jerónimo de Sousa recorreu à expressão popular para reiterar a preocupação já manifestada pelo partido ecologista "Os Verdes" face à possibilidade de despedimento de 3.000 trabalhadores da PT.

Na resposta ao partido ecologista "Os Verdes", o chefe do executivo assegurou que o Governo "não dará qualquer autorização" para um eventual despedimento por parte da Altice de cerca de três mil trabalhadores na PT, considerando que "nada o justifica".

"Aquelas recomendações públicas, cuidado... há razões de fundo para nos preocuparmos, independentemente de terem aligeirado o tom. A serem concretizadas, na prática, transformam-se em ameaças particularmente para os direitos dos trabalhadores", voltou a alertar o líder comunista, quando o chefe de Governo lhe chamou a atenção para uma "mudança de tom" das instituições europeias, com a saída do país do Procedimento por Défice Excessivo (PDE).

Segundo António Costa, "nem sempre são fáceis as relações com a União Europeia, mas é essencial, também na União Europeia, travar este combate".

"Se reparar nas recomendações sobre aumento do salário mínimo nacional, já são muito diferentes de as de há dois anos. Era dito que era necessário reduzir os custos do trabalho e havia grave risco com atualização do salário mínimo nacional. Ontem [segunda-feira], já havia o reconhecimento de que não teve impacto negativo no mercado de trabalho e só sinalizam que pode ter consequências negativas na empregabilidade das pessoas com mais baixo nível de qualificação", disse o primeiro-ministro, registando "o tom diferente".

Para o chefe do executivo do PS, "não é abandonando a luta na Europa que mudamos a Europa, é também lutando na Europa que mudamos a Europa".

"Em relação ao PDE, estamos a sair de onde nunca deveríamos ter entrado", afirmou Jerónimo de Sousa criticando o que considerou terem sido políticas de "degradação do aparelho produtivo", "regressão da balança comercial", "sujeição a juros especulativos", entre outras consequências, como "cobertura de negócios ruinosos da banca".

"Afinal, o país não estava condenado à política de cortes e mais cortes, de exploração e empobrecimento sistemático. A reposição de rendimentos e direitos não era o caminho para o desastre que os partidos derrotados em outubro de 2015 profetizavam", insistiu, acrescentando que "a realidade aí está a comprová-lo".

O líder comunista criticou ainda "a disputa sobre quem deve colher os louros [PSD/CDS-PP ou PS], face ao crescimento do país de 2,8%" e dirigiu-se ao líder da bancada da oposição, o social-democrata Luís Montenegro.

"Não se gabe por a economia ter crescido em 2015. Não foi por vosso mérito, aconteceu porque o Tribunal Constitucional considerou inconstitucionais os cortes [nos subsídios de férias, de Natal, de desemprego, de doença e pensões de sobrevivência], obrigando-os a devolver às pessoas aquilo que lhes tinha sido saqueado", defendeu.

António Costa e o secretário-geral do PCP concordaram ainda na necessidade de reforçar a base contributiva e diversificar as fontes de financiamento da Segurança Social, além de acabar com o corte de 10% no subsídio de desemprego, previsto já para 01 de junho.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório