Marcelo pede "estabilidade de regime" em matérias como a economia do mar
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou hoje a uma "estabilidade de regime", não dependendo de partidos ou governos em concreto, em matérias como a economia do mar, que pedem "decisões de longo prazo".
© Lusa
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Numa visita ao grupo ETE, ligado à economia do mar, Marcelo questionou-se sobre o porquê de não existir uma "definição de política transversal, compreensiva, de longo fôlego em relação" a algumas matérias do mar.
"Definir e executar essas políticas exige estabilidade política. A estabilidade política não é mera estabilidade governamental, é estabilidade de regime. Não vale a pena estar a inventar sobre elas divisões" desnecessárias, prosseguiu o chefe de Estado, numa intervenção perante dezenas de empresários, trabalhadores e também representantes do Governo.
E continuou: "Tudo o que é a atividade deste grupo [ETE] exige, não vamos chamar consensos de regime, mas digamos que exige uma estabilidade de regime. Que não depende do partido A ou B, do governo A ou B".
Tal estabilidade, vincou o Presidente da República, deve existir em matérias como a "política fiscal, política do investimento, formação, inovação e colaboração com outras instituições internacionais no domínio científico, tecnológico e financeiro".
Nesse sentido, Marcelo traçou uma analogia com o futebol, dizendo que para si "um empate é como uma derrota".
E foi mais longe: "Em política um empate é sempre uma derrota. Estar a empatar tempo é sempre estar a perder tempo".
Antes, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, havia lembrado que a economia do mar representa "apenas 3,1%" do Produto Interno Bruto (PIB): "É muito pouca economia para tanto mar. Temos muito mais mar, mundo e capacidade que apenas 3,1% do PIB. É esse desafio que se coloca a todos nós", disse, dirigindo-se a agentes do setor.
O dia de comemoração do aniversário da ETE "é também um dia de compromisso e desafios", assinalou a ministra, comprometendo-se em trabalhar para "melhorar a eficiência e qualidade da capacidade oferecida" nos portos nacionais, por exemplo.
"Assumo aqui o compromisso que muito me honra de conseguir efetivar aquilo que é a maior competitividade dos nossos portos, a maior inovação dos nossos portos, a atratividade para a Marinha mercante, a logística internacional. São desafios que assumo enquanto responsável política", assinalou a governante.
O grupo ETE, de capital português, integra os seis principais ramos da economia do mar - operação portuária, transporte fluvial, transporte marítimo, agentes de navegação, operação logística e reparação naval - e engloba mais de 40 empresas que se complementam entre si.
As atividades do grupo dividem-se entre cinco países: Portugal, Cabo Verde, Colômbia, Moçambique e Uruguai.
Os 80 anos da entidade hoje assinalados marcam, diz o administrador do grupo, Luís Nagy, uma "forte aposta na internacionalização" da operação, que é expectável que represente em 2021 entre 30% e 40% do volume de negócios face aos atuais 10%.
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