"Acho incrível o que estão a fazer com Durão Barroso em Bruxelas"
Santana Lopes e António Vitorino comentaram o fato de Durão Barroso passar a ser considerado um lobista na União Europeia.
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Política Comentário
Santana Lopes considerou na antena da SIC Notícias que o que estão a fazer com Durão Barroso em Bruxelas, ao considerá-lo um lobista, é "incrível", "injusto", chegando mesmo a atingir o "vexame pessoal".
"Acho incrível o que estão a fazer em Bruxelas com as mordomias, uma coisa é se [o cargo na Goldman Sachs] é incompatível, pelas funções que assumiu. Outra coisa é o modo como isto é tratado quase a nível pessoal", opinou o social-democrata, considerando que Barroso "cumpriu a lei e o tal período de nojo" antes de aceitar a posição na empresa em causa.
Para Santa Lopes, a polémica em torno do cargo que o antigo presidente da Comissão Europeia assumiu na Goldman Sachs insere-se numa divisão entre Esquerda e Direita: "Não posso deixar de sublinhar que há sempre um peso, para as pessoas de um determinado setor, e outro peso para outras", vincou.
Santana está convencido de que se se tratasse de alguém de Esquerda, não haveria tanta polémica. Se fosse de Esquerda, apontou, dir-se-ia "é de Esquerda, tem direito à vida".
Interveniente também no mesmo espaço de comentário, António Vitorino comentou o caso afirmando que "há uma censura da União Europeia" que mais não é do que uma "tomada de posição política".
O socialista explicou que o que a Comissão Europeia pretende é que qualquer contacto de Barroso com comissários da UE fique devidamente registado, assim como os temas abordados nesses encontros. Para Vitorino, a interpretação de que Durão Barroso é lobista é "incorreta" e "gera equívoco".
Questionados sobre se o caso de Durão Barroso poderá influenciar negativamente a candidatura de Guterres a secretário-geral da ONU, tanto Santana como Vitorino não acreditam nessa tese. "Guterres não é sombra de ninguém. Se não tiver sucesso, não é às costas de Durão Barroso que se deve pôr", respondeu o socialista.
Já Santana, com ironia, disse: "Guterres já tem culpa de não ter nascido na Europa de Leste, tem a culpa de não ter nascido mulher e agora tem a culpa de ter nascido no mesmo país que o dr. Durão Barroso, é um fardo excessivamente pesado".
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