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"Estágios constituíram forma encapotada de empresas explorarem jovens"

Crítico em relação à forma como o anterior governo usou fundos comunitários destinados aos estágios e defensor de uma maior representatividade das mulheres na sociedade, João Torres, líder da JS, admite ser “absolutamente chocante que se construam muros na Europa” e reitera que “Portugal tem agido bem” para com os refugiados.

"Estágios constituíram forma encapotada de empresas explorarem jovens"
Notícias ao Minuto

09:18 - 10/09/16 por Goreti Pera

Política João Torres

Depois de verão agitado no que à política nacional diz respeito, a rentrée da Juventude Socialista (JS) arranca, este sábado, com uma conferência dedicada aos jovens e com um “debate genuíno e permanente sobre os problemas que afetam as novas gerações”. Igualdade, Emancipação Jovem, Coesão Social e Territorial, Democracia e Europa formam o conjunto das cinco grandes áreas transversais a ao encontro de hoje.

A precariedade é, de acordo com o líder da JS, “uma das marcas de água dos tempos recentes do nosso país”, sendo que “um país que não sabe valorizar o fator trabalho é um país que não está à altura de proporcionar dignidade às suas populações”.

A discussão não pode ser feita sem uma abordagem aos estágios profissionais, instrumentos que carecem, no entender do socialista, “de uma sensibilização pública relacionada com os abusos cometidos pelas empresas”.

“Os estágios profissionais constituíram uma forma encapotada para as empresas explorarem os jovens para fazer face às necessidades de trabalho”, atirou, em entrevista ao Notícias ao Minuto, aquele que é um dos deputados mais jovens da Assembleia da República e um crítico da forma como o governo PSD/CDS geriu o tema.

“A forma como o anterior executivo usou os fundos comunitários – usou em 2014/2015 dois terços do dinheiro disponível até 2020 - para fazer face ao desemprego jovem é absolutamente inadmissível”, afirmou João Torres, adiantando que, o Governo de António Costa “apresentou em sede de concertação social uma proposta com alterações à forma como os estágios são atribuídos”.

Mas é preciso ir mais longe. E o líder da Juventude Socialista apresenta desde já uma sugestão: “Deve haver uma plataforma onde se clarifiquem os mecanismos de contratação no âmbito das políticas ativas de emprego, uma vez que a informação está muito dispersa e os empregadores não a conhecem”. Há, ainda, que “reorientar o âmbito de atribuições dos estágios profissionais” e melhorar os “apoios dados às empresas que contratem estagiários sem termo”.

Ainda no âmbito do emprego, João Torres elogia uma das medidas tomadas pelo Executivo PS suportado pela Esquerda. “Sou totalmente favorável à existência de quotas de género nas empresas”, adiantou, convicto de que “o papel da mulher na sociedade não tem sido suficientemente valorizado”.

A Europa, o terrorismo e os refugiados

Na semana em que foi anunciada a construção de um muro entre Calais, em França, e o Reino Unido, João Torres admitiu, em conversa com o Notícias ao Minuto, ser “absolutamente chocante que se construam muros na Europa, seja no Reino Unido ou na Europa de Leste”.

“Os muros materiais e imateriais que se estão a construir na Europa não resolvem o problema dos refugiados”, explicou, focando-se ainda na questão do terrorismo que tem assolado o Velho Continente.

“O terrorismo é uma realidade com a qual vamos ter de conviver durante muitos anos e precisa de uma resposta global. Temos de saber compatibilizar diferentes culturas e modos de vida na Europa, pelo que qualquer ideia que passe por um fecho de fronteiras não recebe o meu acolhimento”, declarou.

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