Capoulas acusa Cristas de ter faltado "despudoradamente à verdade"
O ministro da Agricultura disse hoje, numa visita à Agroglobal, no Cartaxo, que, em nove meses, aprovou 10.000 projetos dos 15.000 que encontrou à espera de contratação quando assumiu funções, contrariando declarações da sua antecessora.
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Capoulas Santos reagia às críticas feitas quinta-feira pela presidente do CDS-PP e ex-ministra da Agricultura, Assunção Cristas, que acusou o atual Governo de ter "quebrado a confiança entre a boa aplicação dos fundos comunitários e a vontade de investir" dos agricultores, referindo, nomeadamente, demoras na aprovação de projetos e no reembolso de despesas.
Referindo "compreender" as "dificuldades de afirmação de alguém que acedeu à liderança de um partido", o ministro acusou a presidente do CDS-PP de ter faltado "despudoradamente à verdade" ao falar de "um fraco ritmo de implantação" dos apoios ao investimento.
"Quando cheguei ao Ministério da Agricultura, em novembro de 2015, estavam 15.000 projetos candidatados e não tinha sido proferida uma única, sublinho, zero, contratações, nenhum projeto estava contratado. Em nove meses já aprovei cerca de 10.000 projetos, a um ritmo superior a mil por mês", afirmou.
Segundo o ministro, a esses projetos correspondem mil milhões de euros de investimento e mais de 460 milhões de despesa pública.
Sublinhando que os dados estão disponíveis na página eletrónica do Instituto Financeiro de Apoio à Agricultura e Pescas de Portugal (IFAP), Capoulas Santos considerou "legítima a luta política", mas com "alguns limites e algumas fronteiras éticas".
"Não esperaria que a líder do CDS batesse palmas ao Governo, aliás, é sua obrigação contestar e criticar o Governo, mas devia fazê-lo com um mínimo de seriedade", acrescentou.
Capoulas Santos afirmou que a Agroglobal, Feira das Grandes Culturas, que hoje termina, mostra uma realidade da agricultura portuguesa que "desarma" os "profetas da desgraça que a toda hora parece que desejam que ao país aconteça o pior possível".
O ministro percorreu demoradamente muitos dos 285 pavilhões de expositores presentes na feira, que decorre desde quarta-feira em perto de 200 hectares de terrenos, pertencentes ao Estado, junto ao Tejo, em Porto de Muge, no concelho do Cartaxo, e transformados em campos de demonstração agrícola e da mais moderna tecnologia aplicada ao setor.
"Não sei se há muitos sítios na Europa e no Mundo em que aconteça uma feira com este grau de sofisticação tecnológica e com esta dimensão (...). É um evento que orgulha os agricultores portugueses, orgulha Portugal e o ministro da Agricultura também se sente muito orgulhoso porque aqui transparece um clima de elevada confiança no futuro e de demonstração de que já há muito ultrapassámos o Cabo da Boa Esperança".
A visita à feira permite constatar que "a agricultura em Portugal não tem nada a ver com a agricultura dos primórdios da integração do país na União Europeia", sendo hoje "uma atividade que exige uma grande sofisticação tecnológica, inovação permanente, investigação", disse, realçando o papel da nova geração de agricultores.
A Agroglobal é organizada, de dois em dois anos, desde 2009, pela Valinvest e pela Agroterra, decorrendo em terrenos que pertencem ao Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), que foram cultivados na primavera.
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