PCP condena "golpe de Estado" do "grande capital" no Brasil
Os dirigentes do PCP criticaram hoje a destituição de presidente do Brasil, Dilma Rousseff, classificando-a como um "autêntico golpe de Estado institucional" protagonizado pelo "grande capital brasileiro".
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Política Dirigente
Recordando que Rousseff foi eleita por 54 milhões de brasileiros, o comunicado dos comunistas portugueses descreve que a decisão do Senado do Brasil "culmina um processo de autêntico golpe de Estado institucional", acrescentando que se trata "de uma grande operação do grande capital brasileiro para pôr em causa o processo de mudanças sociais e de afirmação soberana, iniciado com a presidência de Lula da Silva em janeiro de 2003".
Segundo o PCP, "o golpe agora consumado" está incluído "numa ofensiva mais ampla do imperialismo norte-americano e das oligarquias latino-americanas visando recuperar posições perdidas, derrotar os processos progressistas em países como a Venezuela, a Bolívia, o Equador, a Nicarágua, destruir os avanços de integração solidária anti-imperialista que percorrem a América do Sul e Caraíbas".
"A luta dos trabalhadores e das massas populares brasileiras contra o processo golpista prosseguirá e ampliar-se-á perante a política antidemocrática, antipopular e de sujeição ao imperialismo do governo reacionário do usurpador Michel Temer (presidente em funções). As grandes manifestações ontem realizadas em São Paulo e noutras cidades brasileiras mostram que os golpistas encontrarão pela frente uma forte resistência popular", antecipa o PCP.
Dilma Rousseff perdeu hoje o mandato presidencial depois de uma votação no Senado (câmara alta parlamentar) em Brasília.
A votação foi decidida pelos 81 senadores do Brasil, com 61 manifestações em favor da destituição e 20 contrários.
A decisão colocou um ponto final a um processo que se prolongou por nove meses e dividiu o país com argumentos jurídicos e políticos.
Dilma Rousseff foi condenada por ter assinado três decretos de créditos suplementares em 2015 sem autorização do Congresso e por ter usado dinheiro de bancos públicos em programas do Tesouro, realizando manobras contabilísticas, as popularmente chamadas "pedaladas fiscais".
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