O antigo ministro das Finanças, Eduardo Catroga, acredita que só um acordo entre o primeiro-ministro Passos Coelho e o secretário-geral do PS António Costa poderá garantir uma solução de governabilidade estável.
Em declarações à Rádio Renascença, Catroga refere que o líder do PS está a fazer um “jogo perigoso” ao admitir uma aliança com a Esquerda, acrescentando que é uma “metodologia negocial incorreta quando nem sequer devia pôr em causa a coligação vencedora das eleições”.
“António Costa está a depender de partidos da Esquerda dura e de oposição ao PS. É uma posição muito mais desconfortável do que a posição teórica de Pedro Passos Coelho”, frisa.
Eduardo Catroga sublinha ainda que o “Partido Socialista é um partido europeu, portanto todos os compromissos que assume são no quadro da União Europeia e da Zona Euro, ao contrário do que acontece com os partidos à esquerda do PS”.
O essencial na chegada a um acordo é que “os mercados financeiros não percecionem risco da nossa parte. Seria muito mau para a economia e para a sociedade portuguesa se, de um momento para o outro, as taxas de juro começassem a subir, com prejuízo grave para as famílias e para as empresas”.
Para o antigo ministro, “o bom senso” deve prevalecer, ou seja, o ideal era “um entendimento entre PS e PSD”.
"António Costa tem agora uma oportunidade de demonstrar que é um líder à altura de Mário Soares", remata.