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Vítor Alves foi "a voz do diálogo" na revolução do 25 de Abril

Vítor Alves é retratado pelo ex-presidente Ramalho Eanes, numa biografia sobre o capitão de Abril, como "a voz do diálogo" e um dos defensores da devolução do poder ao seu "inalienável detentor, o povo".

Vítor Alves foi "a voz do diálogo" na revolução do 25 de Abril
Notícias ao Minuto

11:46 - 30/09/15 por Lusa

Política Ramalho Eanes

O texto do general Eanes ocupa cerca de 20 páginas na biografia "Vítor Alves: O Homem, o militar, o Político (Ed. Parsifal), da autoria de Carlos Ademar, historiador e professor da Escola da Polícia Judiciária, e que será lançada esta semana.

Para Ramalho Eanes, que se confessa um quase irmão de Vitor Alves, este militar de abril que integrou o Movimento das Forças Armadas (MFA) e derrubou a ditadura, no 25 de Abril de 1974, foi "a voz do diálogo, do respeito pelo cidadão e sua sociedade civil, pela defesa intransigente do pluralismo democrático"

E foi, igualmente, alguém que defendeu a "devolução do poder político ao seu original e inalienável detentor: o povo" após o processo revolucionário desencadeado pelo MFA.

Dos atores do 25 de Abril e do MFA, Vitor Alves, que morreu em 2011, com 75 anos, é, muitas vezes, definido como um diplomata e homem de "muita paciência", nas palavras de Eanes.

O livro, recorrendo a documentos e muitas entrevistas, aborda a carreira militar de Vítor Alves, em Moçambique e Angola, e conta o empenhamento do militar, nascido em Mafra, nas movimentações que levaram ao golpe do 25 de Abril.

Ao longo de quase 500 páginas, o historiador traça também o seu percurso durante os meses da revolução portuguesa e do "Verão Quente", recorda a sua passagem no Governo como ministro da Educação, a experiência como assessor presidencial de Ramalho Eanes e fundação do Partido Renovador Democrático (PRD), de inspiração "eanista".

No prefácio, o próprio Eanes lembra que Vítor Alves deixou o partido quando este "se mostrou, na prática política, não conseguir ser politicamente o que havia prometido e o que o havia justificado".

Vítor Alves nasceu em setembro de 1935 em Mafra, onde iniciou a vida escolar, e teve a patente de coronel desde 2001.

Em 1974, juntamente com Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço, fez parte da comissão coordenadora e executiva do Movimento das Forças Armadas (MFA), tendo redigido o seu programa.

Se antes do golpe foi um dos dinamizadores das bases programáticas do MFA, na própria noite do 25 de Abril foi ele um dos negociadores do documento com António de Spínola, escolhido pelos capitães para presidente da Junta de Salvação Nacional e mais tarde primeiro presidente da República.

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