Marisa Matias: "Sondagens são para levar a sério"
A eurodeputada do Bloco de Esquerda (BE) Marisa Matias considerou hoje que as eleições autonómicas da Andaluzia demonstraram que as sondagens são para "levar a sério", tendo em conta os resultados do Podemos e dos Ciudadanos.
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Política BE
O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) da Andaluzia ganhou no sábado as eleições autonómicas naquela região, com 47 deputados, sem maioria absoluta, e com os partidos emergentes Podemos (15 deputados) e Ciudadanos (9) a entrar com forte representação no parlamento andaluz.
Em declarações hoje à agência Lusa, a eurodeputada Marisa Matias disse que os resultados para o Podemos e Ciudadanos "é muito significativo".
"Podemos tentar fazer muitas leituras e tentar arranjar muitas explicações, mas, é óbvio que não há como contornar o facto destas forças políticas num contexto adverso como é o da Andaluzia, onde o voto é mais fixo, mais tradicional, terem conseguido um bom resultado. São muito significativos", declarou.
Questionada sobre se este resultado é suficiente para "decretar a morte do bipartidarismo", Marisa Matias disse ainda ser cedo para falar sobre isso.
"Toda a gente sabe e não é por acaso que se antecipa as eleições para a Andaluzia, que tem uma estrutura de voto diferente do resto do Estado espanhol e, por isso, estas eleições procuraram demonstrar que o bipartidarismo não está morto em Espanha. Eu não consigo fazer uma leitura dos estados a partir dos resultados apenas de um deles, de uma única região autonómica", salientou.
Na opinião da europdeutada do BE, mais do que a questão do bipartidarismo, estas eleições mostraram que houve uma correspondência entre aquilo que estava nas sondagens e os resultados finais no que diz respeito ao Podemos e aos Ciudadanos.
Relativamente à vitória do PSOE, Marisa Matias considerou que "não cumpre" o principal objetivo do partido.
"O PSOE ganhou as eleições, mas é uma vitória que fica refém dos outros, não cumprindo o que foi o seu principal objetivo: a maioria absoluta", frisou.
A eurodeputada bloquista lembrou que a antecipação das eleições autonómicas da Andaluzia "foram uma estratégia política, uma jogada feita pela cabeça de lista do PSO Susana Díaz.
"Queria, por um lado, [com a antecipação] apanhar de surpresa o eleitorado e, por outro, romper com a coligação esquerda unida que tinha em janeiro do ano passado. Aproveitando também um momento de crise no PP, o PSOE queria evitar uma consolidação no terreno de partidos como o Podemos e os Ciudadanos para tentar ganhar com maioria absoluta", disse.
Com a quase totalidade (99,41%) dos votos escrutinados, o PSOE, com Susana Díaz como cabeça de lista, conseguiu ganhar as eleições e igualar o resultado obtido nas eleições de 2012, quando foi a segunda força política (com 47 deputados).
O grande perdedor da noite foi o PP andaluz (com Juan Manuel Moreno à frente da lista), que conseguiu apenas 33 deputados (ou seja, perdendo 17 assentos face aos 50 das eleições de 2012).
Ao contrário do PSOE, o PP perdeu votos para todos os partidos, sobretudo para os emergentes Podemos e Ciudadanos, que se apresentaram pela primeira vez a votos na Andaluzia.
A Izquierda Unida (comunistas) confirmou os maus resultados que as sondagens apontavam e elegeu 5 deputados, menos de metade dos 12 assentos obtidos em 2012.
[Notícia atualizada às 09:39]
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