PS votou contra audição do 'chefe das secretas'
O PS foi hoje a única força política a votar contra a audição parlamentar do secretário-geral do Sistema de Informações da República (SIRP), Júlio Pereira, sobre atividades de agentes do SIS em operações de "limpeza eletrónica".
© Reuters
Política Assembleia da República
A proposta de ouvir Júlio Pereira sobre o caso em que agentes do SIS foram observados pela PJ no gabinete do presidente do Instituto de Registos e Notariado (IRN), António Figueiredo - preso preventivamente no caso vistos gold -, partiu do Bloco de Esquerda e teve os votos favoráveis do PSD, CDS e PCP.
Na reunião, também sobre este caso relativo às controversas operações de limpeza eletrónica do SIS, foi marcada uma reunião da Comissão de Assuntos Constitucionais para serem ouvidos já nesta quinta-feira, pelas 15:50 horas, os membros do Conselho de Fiscalização do SIRP, órgão liderado pelo deputado social-democrata Paulo Mota Pinto.
Em relação à proposta de audição do secretário-geral das "secretas", o PS resistiu à sua aprovação, com o socialista Jorge Lacão a alegar que os serviços de informações são tutelados politicamente pelo primeiro-ministro e que a Assembleia da República exerce fiscalização política do Governo.
Ou seja, segundo o ex-ministro socialista, após a audição do Conselho de Fiscalização do SIRP, se houvesse necessidade de explicações complementares sobre o caso do SIS, essas explicações deveriam ser dadas por Pedro Passos Coelho.
"Não quero acreditar que o primeiro-ministro deixe em roda livre os serviços de informações", disse Jorge Lacão - um comentário que motivou imediata reação da vice-presidente do PSD Teresa Leal Coelho.
"O país já não está em roda livre, mas já esteve", respondeu a dirigente social-democrata.
Teresa Leal Coelho travou também, já na parte final da reunião, uma proposta oral formulada pelo presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, o social-democrata Fernando Negrão, a qual pretendia deixar em suspenso a chamada ao parlamento do "chefe máximo das secretas".
Fernando Negrão propôs que só após a audição com o Conselho de Fiscalização do SIRP se debatesse a questão da necessidade das explicações do secretário-geral do SIRP. Mas Teresa Leal Coelho opôs-se e forçou que se passasse imediatamente à votação favorável do requerimento do Bloco de Esquerda para fixar a audição de Júlio Pereira.
Na reunião, foi chumbada a proposta do PCP para ouvir o diretor do SIS, Horácio Pinto, já que este responsável participou na operação de limpeza eletrónica no gabinete de António Figueiredo.
Neste ponto, o deputado do PCP António Filipe usou algumas vezes o humor para se referir às posições que têm sido assumidas pelo secretário-geral do SIRP para justificar a ação dos agentes do SIS.
"Fiquei a saber [por Júlio Pereira] que o SIS tem horário de expediente. Às tantas só recolhe informações entre as 09:00 e as 17:00 horas", comentou, provocando risos.
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